segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

 

Sabe quando você conhece uma pessoa incrível e na hora do sexo sente que o mundo até desaparece, de tão boa que está sendo aquela experiência? Ou então quando você se interessa por alguém que faz seu coração acelerar, mas na hora H parece que alguma coisa deu errado entre vocês? Esses diferentes sentimentos podem ser explicados pela energia que trocamos durante o sexo.

Todas as pessoas emanam vibrações diariamente. Algumas liberam energias positivas, enquanto outras podem estar rodeadas por negatividade. Porém, o que define a nossa compatibilidade com outros indivíduos é o quanto as nossas energias combinam. Mesmo que você conheça uma pessoa que só emana positividade, talvez ela ainda não seja compatível com você.

Se tudo o que existe é energia e se trocamos energia com tudo o que interagimos, isso quer dizer que, na hora da intimidade, existe uma forte troca de energia vital. Sendo assim, no sexo, momento em que as relações são mais intensas, o corpo acaba exteriorizando toda a energia que antes estava acumulada; e, ao mesmo tempo, tem acesso a toda a frequência energética que pertence ao parceiro. Tudo isso intensificado pela proximidade e pela força dos chackras.

Casal deitado na cama abraçadas 

Esse encontro torna-se ainda mais satisfatório quando ambos os lados da relação estão na mesma frequência de energia. Isso se dá, pois os corpos compartilham “informações” que são transmitidas pela energia. Um parceiro é capaz, então, de deixar um “fio” de energia conectado ao outro, que pode ficar presente por muito tempo.

Nos relacionamentos sexuais acabamos irradiando uma quantidade enorme de energia pessoal e cada parceiro acaba deixando um pouco de sua frequência no campo magnético do outro. Essa ligação de energia é extremamente potente, podendo permanecer no corpo por anos, sendo ela responsável por aproximar a frequência de quem se relaciona dessa maneira.

Exemplificando este caso: se uma pessoa está preocupada, angustiada e cheia de problemas, cada um que se relacionar com ela compartilhará um pouco dessa preocupação. Da mesma forma, o oposto também acontece: um casal que se encontra na mesma frequência vibracional, em sintonia e harmonia, acabam trocando essa mesma carga e o prazer é ainda mais intenso.

Silhueta de um casal em frente de cortinas da janela em um quarto escuro 

Às vezes, mesmo que não tenhamos ideia do motivo, temos ótimas relações sexuais quando a sensação entre os parceiros é a de que se conhecem há muito tempo. Isso parece difícil de explicar, mas na verdade só ocorre por conta da frequência vibracional parecida em que ambos se encontram.

Essa conexão tão forte é chamada de amarra cármica e ela também merece atenção, pois pode causar sérios prejuízos quando nos relacionamos com alguém que não está em sintonia com nossas vibrações energéticas. É muito comum que, depois de transar com alguém, as pessoas sintam-se para baixo. Esse sentimento pode ser bem sutil, lembrando apenas uma preocupação ou cansaço, mas, na verdade, é exatamente aquele “fio” de energia que foi transmitido durante o sexo e que ainda está muito forte em seu corpo.

Quando isso acontece, é porque um dos parceiros estava numa baixa frequência energética e acabou compartilhando esse magnetismo.

É por isso que já presenciamos, ou ao menos ouvimos falar, de relacionamentos destrutivos. Nesses casos, sempre existe alguém que mantém-se em um campo magnético baixo, e, então, os sentimentos ruins aparecem e acabam transmitidos ao parceiro.  

Homem e mulher de olhos fechados para se beijar 

Um ponto muito importante também deve ser lembrado aqui: as amarras cármicas não têm nenhuma relação com a moral ou com o casamento. Existem, sim, muitos relacionamentos duradouros nos quais ambos os parceiros não estão em sintonia e acabam fazendo muito mal ao outro. E, por outro lado, em alguns encontros sexuais casuais pode haver uma conexão e equilíbrio energéticos impressionantes!  

Assim sendo, todos os seres humanos devem ficar muito atentos na hora em que se relacionam intimamente com outra pessoa. As vibrações de nosso corpo são responsáveis por nossa personalidade e por nosso estado de espírito, então é sempre bom ficar atento aos sinais e entender quando uma individualização pode ser bem-vinda.

Para purificar essa energia carregada que podemos receber, tente sublimar sua própria energia. Para isso, é necessária a interiorização por meio da reflexão e a conexão com o seu interior. É elevar a tensão sexual ao Plano Superior e não deixar que ela te controle e domine. Trabalhe sua energia interna para que você consiga exteriorizá-la apenas em forma de amor!

Agora, sabendo de todas essas informações, você certamente se sentirá muito mais livre para tomar suas próprias decisões e escolher com quem estará disposto a compartilhar aquilo que te dá mais vida: a energia.


Escrito por Lais Mori

A arte e o Tantra

Cada mais controverso do que conversar sobre o tantra. Talvez esta tenha sido uma das contribuições mais interessantes e contraditórias do oriente ao ocidente. Os primeiros contatos com esta prática espiritual somente chegaram na Europa no séc. XIX pelo então juizinglês  da Corte em CacutáSir John Woodroffe, que publicou um famoso livrochamdo “o poder serpentino”.

O fato é que existem varias linhas muito diferentes do tantra: jainista, budista, sikh  e hindu em várias vertentes: shaktas (envolve o rito do sagrado feminino), shivaistas (deus da destruição), vaishinavas (seguidores de Vishnu, preservador do Universo e que reencarnou em vários avatares), Ganopatas (adoradores de Ganesha– deus elefante) E Hanupatas (adoradores do deus macacoHanuman).

Independe dos mitos ou ritos de cada uma destas vertentes, todos tem algo em comum: a prática espiritual ou sádhana. Esta não nega a experiência  do mundo dos sentidos, pois é através das sensações corporais que alcançamos a realização.

Tantra é extremamente envolto em práticas de magias, amuletos, diagramas, imagens e mantras. É extremamente colorido e representa o corpo espiritual através dos chakras ou rodas de energia. Toda esta forma colorida em representar as artes e as técnicas profundas de meditação e de produção de estados modificados de consciência logo atraiu um grande numero de seguidores.

A origem precisa do Tantra é de difícil afirmação, mas historiadores em geral a colocam em torno do séc.V d.C. Segundo Feuerstein, ele foi um movimento em meio a crise do brahmanismopromovido pelas castas inferiores da Índia(pescadores, tecelões, comerciantes, lavadeiras) que estavam excluídos na espiritualidade hindu tradicional que excluía o povo da vivência espiritual. O tantra nasceu desta reação as castas religiosas e aos conceitos abstratos da filosofia Vedanta. Por isso foi uma religiosidade prática diretamente conectada ao Yoga.

Diferentemente da moral ortodoxa, o tantrismo sugeria mesmo em romper com as normas vigentes para alcançar a espiritualidade máxima. Passou a ser comum andar nus como prática de desapego, ou mesmo em alguns casos introduzir a prática da sexualidade sagrada, ingerir vinho e comer peixe.

 Embora estes ritos fossem comuns apenas para uns poucos grupos que executavam práticas de mão esquerda, isto em si, já evidenciava quão revolucionário e diverso era o tantra das representações religiosas tradicionais.

Para facilitar a iniciação ao Tantra tornou-se comum os usos de imagens coloridas de deuses, animais sagrados e a anatomia sutil e exotérica por meio de charkras coloridos (pontos de energia em forma de rodas) e os canais de energia. O objetivo do tantra estaria em despertar o “poder da serpente”, situado na base da coluna vertebral, ou região sexual e, conduzir esta energia ao topo da cabeça.

Figuras do sec XVIII

O rito da sexualidade sagrada era representado nas artes mesmo nos grupos que praticavam a retenção da energia sexual  por adotarem obrahmacharia.   A relação espiritual almejava equilibrar a energia feminina e masculina para se atingir a experiencia do divino. Neste caso a energia sexual retida garantia a ascensão da energia kundalini.

Nesta gravura há uma cena em que A deusa da Fúria Kali destrói um exército e ao final em êxtase dança sobre o corpo de Shiva que se apresenta com o lingam ereto.  O coito sagrado era uma relação não apenas mundana, mas sagrada em que mulheres e homens convertiam-se em deuses.

Na cultura religiosa budista o intercurso sexual aprece em diversas xilogravuras mostrando Buda mantendo relações sexuais com Tara, deidade feminina no budismo tibetano. O objetivo era o mesmo: alcançar a iluminação e a consciência cósmica por meio da sexualidade.

 

 

Toda esta abertura entre o sagrado e a espiritualidade acabou sendo fortemente reprimida por uma conjunção de fatores históricos: a retomada do poder por parte das castas bramânicas, as invasões islâmicas (700 a 1800 dC) e finalmente a ocupação britânica e a cultura repressiva da Era Vitoriana no séc. XIX.

Esta liberdade das artes, da sexualidade e dos ritos mágicos também exerceu influência nas relações com a natureza e o entendimento de uma mentalidade suave em relação a mãe terra. Os ritos do tantra incorporaram o princípio do ahimsa ou amor e paz condicional aos animais e a natureza, considerada a manifestação de Prakriti ou deusa da criação do mundo material.

Os Pujas tântricos substituíram os sacrifícios de animais por ritos pacíficos com flores, frutos e água. Pode-se afirmar que ao reforçar o imaginário e os mitos femininos,a violência das castas guerreiras e das castas sacerdotais patriarcais perderam sua força na representação do sagrado.