quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Tantra sagrado, ativação da kundalini



O tantra é uma forma de juntar os dois lados feminino e masculino e formar uma unidade que se dá no samadhi, ou estado de supraconsciencia. Essa ligação é conseguida através da energia da Kundalini e do Tantra para atingir a superconsciência. Todos podem atingi-la, mas é porque as pessoas não tem tempo para descobrir por si mesmas, por isso quando você faz sexo você vê estrelinhas! Só que como você não sabe o que é, você diz: nossa que legal, nunca senti nada assim! No tantra é diferente, porque você não está compartilhando com ninguém é só você e Deus, você e o vazio. A palavra sexo e tantra é muito mal interpretada. Tudo isso porque ninguém te ensina o que é Kundalini.
Vou contar uma lenda hindu sobre Shakti e Shiva que representam toda a filosofia do Neotantra, Shakti é uma deusa e Shiva é um deus, eles representam o sexo feminino e masculino. Eles ficaram fazendo sexo por 25 anos e Shiva não ejaculou uma única gota de seu sêmen em Shakti, essa é a ideia principal do tantrismo. Mas o sexo a energia criada, era a energia da criatividade feminina junto com a consciência masculina formavam a superconsciência que leva ao samadhi.
Queria dizer que esse fato em si, demonstra o nosso universo, isso não é invenção dos hindus ou mesmo dos monges tibetanos, mas do universo de Deus. Deus criou o homem e a mulher: Shiva e Shakti como uma força de unidade, somente no tantra é possível unir o masculino e feminino em uma única consciência. Somente através da energia sexual é que essa unidade será conseguida e a superconsciência atingida, não pensem que virá só através de mudanças dimensionais, não, mas virão através da superconsciência do homem, quando você atingir a sua superconsciência é que você estará preparado para a mudança, senão voltará a estaca zero.
                 Shakti e Shiva não são invenções de antigas civilizações eles são reais, estão dentro de você, tem que uni-los em matrimônio!(rs..rs) Quando fizer isso sua superconsciência aparece e começa a ver o mundo diferente, mais real e seu corpo se liberta da consciência atrasada da humanidade e se torna iluminado.
Quando comecei a praticar o Tantra Sagrado minha vida mudou, principalmente minha consciência mudou, hoje me sinto mais livre da sociedade e de suas esquisitices. A sociedade é esquisita, porque todos somos felizes quando nascemos e vamos crescendo e, em vez de continuarmos felizes, vamos nos tornando infelizes, não é ridículo essa situação? Pobre humanidade. Nasce feliz e morre infeliz, que vida triste, não é? 
Já percebeu que a maioria das pessoas acham que todos os nossos problemas vem do  karma de vidas passadas, sendo que quase todos nascemos perfeitos, felizes e saudáveis. Aonde está infelicidade? Nas invenções humanas, o homem inventa coisas que trazem infelicidade e tristeza. O homem quer ser Deus sem saber que tudo que criamos reverte-se para nós mesmos, essa é a lei, porque não respeitamos nosso Deus, porque achamos que somos deuses na Terra. Veja, o poder da Igreja impede que as pessoas usem camisinha para evitar terem filhos mas deve ser usado para evitar as doenças venéreas! Se Jesus estivesse vivo, jamais faria uma lei idiota como essa, porque ela é contra a vida! Padres não podem casar, mas cometer pedofilia pode!
Não quero entrar nesses assuntos que minha opinião é muito ferrenha, então voltando a Shakti e Shiva: não podemos diferenciar-nos nem como Shiva e nem como Shakti apenas vamos nos separando com o tempo de vivência na Terra e depois temos que uni-los novamente, esse é o problema do ser humano, uni-los para formar um ser iluminado. Pensem, todos vocês são Budhas, são iluminados, o que falta é a união do masculino com o feminino, aí uma “besta homofóbica” vai dizer que eu sou homem e não quero ser gay! O que a maioria dos homofóbicos pensam é que só porquê eles tem um “pinto” são diferentes das mulheres e dos homossexuais. Enquanto pensarem assim serão para sempre consciências atrasadas e não evoluirão com os outros.
O que é o sexo? Para muitos é uma forma de prazer, satisfazer um prazer é uma coisa momentânea e mundana. O sexo é uma forma de transferir energia de uma pessoa para outra. No Tantra você usa a energia em você mesmo, não perde a energia do prana e seu corpo fica alimentado e energizado.Você não quer ser um super-homem? Quando eu pratico o tantra sagrado eu sinto menos fome, porque o prana supre essa necessidade apenas com sua consciência, veja como importante é o tantra sagrado, ele funciona como uma forma de alimentação de energia. É o mesmo que comer chocolate, só que chocolate não traz a superconsciência!Também me sinto mais forte fisicamente e mais elástico, consigo fazer movimentos que nem imaginava que conseguiria normalmente, dá mais vitalidade, me sinto mais vivo e senti que alguns cabelos brancos começaram a desaparecer, e se voces procurarem vão descobrir inúmeros benefícios de se praticar o Tantra. Nesse caso Neotantra rsrsrs
O tantra não é sexo tradicional de aliviar o stress na sua parceira ou seu parceiro, mas o de amor incondicional que só você tem sobre você mesmo. Para muitos sexo é sempre sexo. Não é não, quando você descobrir o que é o sexo Tantrico, de voce com voce mesmo, sem querer entrar dentro do outro o tempo todo,  vai esquecer o que é sexo normal! O Neotantra é muito mais energético e poderosíssimo em uma única sessão de massagem tântrica você pode ter orgasmos múltiplos e inimagináveis. Você pode fazer sexo com sua companheira por horas e até dias se aguentarem tanta energia. Por isso a importância do neotantra é uma forma de potencializar essa energia que você perde no sexo normal.
Na China 2.000 crianças nasceram com poderes além dos humanos, alguns chegam a ler textos com o pé, ou com a orelha, uma criança que faz abrir botões de rosas ao vivo. Isso é coisa de Taoismo porque as crianças já nascem com poderes além de nossa compreensão. No sexo tântrico o nascimento de uma criança é diferente, porque quando duas pessoas fazem o tantra a criança faz parte do processo,  e torna-se a trindade. Isso faz com que a criança nasce com esses poderes paranormais.Você irá me dizer que se fosse assim a ìndia seria mais comum pelo contrário é a China.
Voce pode ler isso o livro:  A história íntima do orgasmo.
Qual a importância dessa informação? Ela nos mostra que estamos em processo de mudança do ser humano, a humanidade está mudando geneticamente e muito rápido e conceitos velhos e antiquados serão substituídos por outros mais evoluídos, porque a vida é muito curta para aprendermos tudo que necessitamos nessa evolução. Essas novas técnicas são segredos porque muitos não sabem como passar adiante, não tem mestria, não sabem o que estão fazendo. O ocidente está perdido, pois se haver uma mudança genética será em países como a China, India, EUA, México onde se faz o sexo tantra e o tantra sagrado. Não é parar de fazer sexo, mas de aliar-se a busca pela superconsciência e ao prazer do sexo.

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

White Tiger Tantra: As Deusas : Mitos e Conexão com a Mulher Atual


As deusas habitam em todas as mulheres. Veja a conexão dos antigos mitos gregos com a mulher atual e encontre aquelas com as quais você mais se identifica.


O conhecimento destes padrões pode ser muito valioso, pois além da identificação, os mitos nos dão saídas de crescimento e uma compreensão profunda de quem somos e dos caminhos de realização que podemos trilhar. 


Participe do Workshop das Deusas White Tiger Tantra em Outubro peça a sua ficha de inscrição pelo e-mail: contato@samadhiterapias.com.br

Afrodite - Vênus :: Deusa do Amor e da Beleza.



 

O Mito:


Cronos, cortou os órgãos sexuais de seu pai Urano, e os atirou ao mar. Espuma branca espalhou-se ao redor deles ficando como esperma e mar misturados, e daí nasceu Afrodite, emergindo de sua concepção oceânica como deusa totalmente desenvolvida. 
Levada pela brisa de Zéfiro, foi conduzida ao Chipre onde foi acolhida por Horas, deusa das estações, que a vestiu e enfeitou, levando-a à mansão dos imortais. Muitos deuses, encantados com sua beleza, disputaram sua mão em casamento, diferente das outras deusas, Afrodite era livre para escolher. Escolheu Hefesto, o deus defeituoso dos artesãos e deus do fogo e da forja. Seu casamento pode representar a união da beleza e do artesanato do qual nasce a arte.
Afrodite se acasalou com muitos outros homens, entre eles, Ares, deus da guerra e Hermes, o mensageiro dos deuses. 
Ela derramava alegria de viver e era capaz de preencher os corações humanos com o frenesi da paixão. É a imagem da força da natureza. Suas vítimas eram quase sempre infelizes, abandonavam e traíam a família, deixando os lares, acometidos de paixão bestial. A mesma Afrodite era a protetora das uniões legítimas.

 

 

Conexão com a mulher atual: 



Características Principais:


A mulher Afrodite é a amante, é a mulher sedutora e atraente, que vive no aqui e agora e possui a habilidade em apreciar o prazer e a beleza.  Envolve-se em tudo que faz de modo intenso e apaixonado. Criativa, alimenta os sonhos dos outros, é musa inspiradora e agente de transformação.    A mulher Afrodite é espontânea, extrovertida e autêntica. Ama e acalenta o seu corpo, sentindo-se bela e especial. Suas prioridades emocionais estão acima das considerações práticas. Por onde anda derrama alegria de viver e envolve a tudo com encantamento e beleza.  




Aspectos Sombrios:


Em seu aspecto negativo, a mulher Afrodite pode perder-se na tirania do aqui e agora, desconsiderando as conseqüências dos seus atos e agindo com impulsividade e irresponsabilidade.Na busca do homem perfeito e da relação ideal, é inconstante e infiel em seus relacionamentos.A promiscuidade sexual é uma possibilidade para a mulher Afrodite, assim como o envolvimento obsessivo com alguém que a rejeita, impedindo possibilidade de qualquer outro relacionamento. Despedaçadora de corações, ela provoca insegurança no outro e envolve-se em ciclos de repetição de padrões de sofrimento para si e para os outros por viver como se não houvesse amanhã.Não sabe lidar com o envelhecimento e pode tornar-se escrava de padrões de beleza.

 

Ártemis - Diana :: Deusa da Caça e da Lua.

 

 

O Mito:


 Leto, temendo a cólera vingativa de Hera, esposa legítima de Zeus, se refugiou na ilha de Delos, onde deu a luz a Ártemis, que logo ao nascer, ajudou sua mãe no difícil parto de Apolo, seu irmão gêmeo.



      Aos três anos de idade, foi levada ao Olimpo e colocada no colo de seu pai, Zeus, que disse: “Quando as deusas me trazem filhas como essa, a raiva de Hera me incomoda muito pouco. Filhinha, você terá tudo o que desejar”.



      Ártemis pediu arco e flechas de prata, uma quadrilha de cães de caça, ninfas, túnica curta para correr e a castidade eterna. Seu pai lhe concedeu tudo isso, e mais, o privilégio de fazer suas próprias escolhas.



      Conhecida como deusa da caça e da lua, ficava à vontade à noite, percorrendo seu império deserto ao clarão da lua ou à luz da tocha. Estava sempre explorando sozinha um terreno desconhecido.



      Órion, o homem a quem amava, tornou-se vítima de acidente de sua natureza competitiva.



      Agia rapidamente para proteger e salvar aqueles que lhe pediam socorro. Era rápida também para punir aos que a ofendiam. Representa a grande irmã.



      Ártemis podia sentir-se completa sem um homem, sua atitude típica era: “Sei cuidar de mim mesma”.  

 

 

Conexão com a mulher atual: 


Características Principais:

A mulher Ártemis é a grande irmã, feminista, amiga das mulheres, auxiliar nos momentos de dor  e defensora dos oprimidos.

A mulher Ártemis está voltada para suas metas pessoais e nada a desvia de sua trajetória própria. Com força de vontade, clareza de propósitos e espírito independente, adora enfrentar e vencer desafios e explorar novos lugares.

Tem grande afinidade  e comunhão com a natureza. Livre e segura, sabe cuidar de si mesma e não pertence a nenhum homem.







Aspectos Sombrios:



Nos seus aspectos sombrios, a mulher Ártemis é impiedosa, hostil, punitiva e cruel. 

Desvaloriza o tradicionalmente feminino e nega a sua necessidade do outro. 

Provoca a sua  separação dos homens pois lhe falta receptividade para o amor.  
Capaz de matar até ao que mais ama pelo excesso de competitividade. 




Atenas - Minerva :: Deusa da Inteligência e das Artes

 

O Mito:







Filha de Zeus e Métis (deusa da prudência) sua primeira mulher. Quando Métis estava grávida, Urano previu que aquela criança seria mais poderosa que o pai. Para impedir que a profecia se cumprisse, Zeus engoliu a mulher, antes da criança nascer. Foi então acometido de uma dor de cabeça enlouquecedora. Para curá-lo Hefesto (deus ferreiro) abriu-lhe a cabeça com um machado de bronze. Para espanto de todos, da ferida aberta saltou, vestida e armada, dançando uma dança de guerra, Atenas, que soltou um grito triunfante.





Tornou-se a filha favorita de Zeus, suscitando inveja por parte dos outros deuses.





Considerava-se portadora de um só genitor, Zeus, com quem esteve associada para sempre. Foi o braço direito de seu pai, a única deusa olímpica a quem ele confiou seu raio e égide, símbolos de seu poder. A deusa não conheceu sua mãe, na verdade, Atenas parecia não ter consciência de que tinha mãe.



Era estrategista, diplomática e lógica.



Deusa da justiça, é a imagem do julgamento reflexivo e da racionalização. Avalia imparcial e objetivamente, regendo-se pela ética. Ensinou a arte à civilização.




Conexão com a mulher atual: 



Características Principais:
A mulher Atenas é orientada pela racionalidade. 
Muito ligada a sua vida profissional é estrategista e lógica. Sabe planejar e dominar a habilidade necessária para alcançar seus objetivos e realizar os seus projetos.  
Inteligente, justa e cosmopolita, não tem conflitos inúteis e suas resoluções são sempre práticas e eficientes.
Filha do pai, cultiva o domínio da vontade sobre o instinto e do intelecto sobre a emoção.
Aspectos Sombrios:

A mulher Atenas em função de suas defesas intelectuais, pode estar desligada dos aspectos de si mesma que necessitam crescer, tendo o seu potencial não desenvolvido para profundidade espiritual ou emocional.
Deprecia a mãe,  lhe faltam  amizades femininas, despreza a sensibilidade e fragilidade. 
É indiferente às emoções, pode julgar com frieza e tornar-se extremamente dura e crítica. 
Relacionamento distante ou evitado no amor e na sexualidade.  


Deméter - Ceres :: Deusa do Cereal


 


O Mito: 
Deméter morava com a filha Perséfone, alheia aos conflitos e disputas terrenas, na mais completa tranqüilidade e harmonia. Certo dia, Perséfone saiu a passear e não voltou. Angustiada, Deméter procurou a filha em todos os lugares. Anos e anos de busca desesperada e muita tristeza até ficar sabendo que Hades, senhor das trevas, havia se apaixonado perdidamente por sua filha e subira à superfície da terra raptando-a.  


Enfurecida, Deméter ordenou que a terra secasse, recusando-se a devolver-lhe a abundância. Nada a faria mudar e o mundo estava condenado a perecer por falta de alimentos. Com a interferência de Hermes, Hades deixou que Perséfone permanecesse com a mãe nove meses por ano e com ele, seu marido, os outros três meses. Embora mantido o acordo, Deméter nunca se conformou com a perda da filha, e todos os anos, nos meses em que ela fica ausente, a mãe terra chora e se lamenta. As flores desaparecem, as folhas caem, a terra se esfria e nada produz. Mas, todo ano, no regresso da filha, inicia-se a primavera.


Soberana da natureza e protetora das criaturas jovens e indefesas, rege os ciclos da natureza e de todas as coisas vivas. Preside a gestação e o nascimento da nova vida.

Conexão com a mulher atual: 


Características Principais:
A mulher Deméter é a mãe, a mulher com grande instinto materno ou desejo ardente de tornar-se grávida.
Ela é generosa e tem grande satisfação em cuidar, apoiar e nutrir física, psicológica ou espiritualmente aos outros.
Leal aos princípios e às pessoas, a mulher Deméter tem fortes convicções, os pés no chão e é incapaz de abandonar àqueles a quem ama e aos quais protege.

Aspectos Sombrios:

Dificilmente a mulher Deméter escapa da depressão por distanciar-se dos filhos física ou emocionalmente.
É comum que se relacione com homens imaturos.
É a contra-dependente, com necessidade de que necessitem dela. 
Pode tornar-se super-protetora, possessiva e sufocante.   
Sobrecarregada, não sabe dizer não e tem dificuldade em expressar raiva.
Defensiva quanto a críticas e inconsciente das próprias necessidades, não sabe pedir ou aceitar o que precisa, mas, tende a fazer com que todos à sua volta se sintam culpados pelo que lhe falta ou por toda a sua dedicação. 


Hera - Juno :: Deusa do Casamento

 

 

 
O Mito: 

Filha de Réia e Crono. Foi engolida por seu pai assim que nasceu com seus quatro outros irmãos. Quando emergiu de seu cativeiro de dentro de Crono, já era jovem. Foi deixada aos cuidados de duas divindades da natureza.

Cresceu para ser uma deusa adorável, atraiu Zeus, não importando que fosse seu irmão. Para se tornar íntimo, Zeus se metamorfoseou num pequeno pássaro do qual Hera teve pena, para aquecê-lo ela o manteve junto ao peito. Zeus então retomou sua aparência varonil e tentou violentá-la, Hera resistiu até que ele prometeu casar-se com ela. Dizem que a lua de mel durou trezentos anos.

Após tão prolongada lua de mel, Zeus retomou seus promíscuos modos pré-nupciais, provocando ciúme vingativo em sua esposa traída. A raiva de Hera dirigiu-se à outra mulher ou às crianças concebidas e aos inocentes espectadores.

Hera foi humilhada repetidamente pelos muitos romances de Zeus, ele desonrou seu casamento, que era sagrado para ela. A cada nova humilhação, reagia com uma ação. A raiva e a vingança não eram suas únicas respostas. Ela se retirava, peregrinava, se envolvia na mais profunda escuridão.

Como deusa do casamento foi reverenciada e injuriada, honrada e humilhada. Hera é uma força intensamente poderosa para a alegria ou a dor.

Conexão com a mulher atual: 




Características Principais:



A mulher Hera é a esposa, a noiva radiante que terá em relação ao casamento um compromisso  incondicional. 

Fiel e confiante em si mesma, esta mulher terá a vida adaptada aos interesses do marido. Hábil em manter seus compromissos, suas principais preocupações são parceria e poder.

Cultua os valores e as tradições, para ela a posição social é importante e está sempre disposta a defender sua concepção de respeitabilidade social e familiar.

Motivada pelas recompensas do relacionamento, a mulher Hera tem atração por homem poderoso e uma grande expectativa de realização e transformação através do casamento. O divórcio é inconcebível. 





Aspectos Sombrios:




A mulher Hera por colocar o seu centro na relação fica absolutamente vulnerável à frustração e ao  ressentimento de não ter feito algo por si mesma, na ânsia de realizar-se através do marido. 

Com rigidez de princípios, dirige a família visando a sua realização pessoal e o seu sucesso.

Não aceita a perda e é Incapaz de romper com um mau casamento. 

Vingativa , ciumenta e possessiva. Quando traída, pode tornar-se terrivelmente destrutiva.





Héstia  - Vesta :: Deusa da Lareira e do Templo

 

O Mito: 

Filha primogênita de Réia e Crono.

Por não tomar parte nos romances e guerras na mitologia, é a menos conhecida dos principais deuses.

Afrodite induziu Posêidon (deus do mar) e Apolo (deus do sol) a se apaixonarem por Héstia. Ambos a queriam, mas ela os recusou firmemente, prestando solene juramento de que permaneceria virgem para sempre. Então, ao invés de um presente de casamento, Zeus lhe concedeu um bonito privilégio: um lugar no centro da casa para receber o melhor em ofertas.

Héstia é a deusa do fogo queimando numa lareira redonda, chama viva no centro do lar, do templo e da cidade.

Héstia é honrada em todos os templos dos deuses e venerada por todos os mortais. Sua importância é encontrada em rituais. Para que uma casa se tornasse um lar, a sua presença era solicitada.

É tanto a presença espiritual, como um fogo sagrado que proporciona iluminação, calor e aquecimento para o alimento.

Conexão com a mulher atual: 


Características Principais:

A mulher Héstia é aquela “velha alma”, que transmite silenciosamente a atmosfera de calor, serenidade e força interior.  
Paciente e modesta, concentrada na experiência interior, possui grande independência interna.
A mulher Héstia está vinculada a trajetória espiritual, intuição, meditação e silêncio. 
Pode ser a dona de casa ou mulher religiosa, o que a diferencia é o sentimento de inteireza e centramento dos que reconhecem que o poder vem de dentro. 


Aspectos Sombrios:

A mulher Héstia tem muita dificuldade para cuidar-se em situações competitivas, tornando-se ineficiente em se aventurar fora do lar. 
Em geral é muito tímida e incapaz de expressar seus sentimentos.
Desvaloriza o que é e faz e sente-se inadequada aos padrões sociais. 




Perséfone - Coré  (Prosérpina) :: Deusa Jovem e Rainha do Inferno

 
O Mito: 
Filha da mãe terra, Deméter, e de Zeus, Perséfone é guardiã dos segredos dos mortos.

Hades, senhor das trevas, enlouquecido de amor, raptou-a enquanto Perséfone, na sua colheita de flores, era atraída por um narciso. Ela lutou e gritou pela ajuda de Zeus e não foi ouvida. Deméter ouviu os ecos de seus gritos e apressou-se em procurá-la, numa busca frenética.

Perséfone comeu a romã (fruta dos mortos) oferecida por Hades, garantindo o seu retorno ao inferno. A partir daí, estaria ligada a Hades para sempre.

Durante três meses do ano governava o mundo das trevas junto com o marido e nos nove meses que passava com a mãe não podia contar a ninguém os segredos do mundo dos mortos. Por ter comido a romã, abriu mão da inocência da infância para se tornar a Rainha do Inferno.

Todas as vezes que os heróis e heroínas da mitologia grega desciam para o inferno, Perséfone lá estava para recebê-los e ser sua guia. Não estava ausente para ninguém.

Sedutora, fascinante, jamais fala os seus segredos. No mundo do inconsciente, penetra nos sonhos, nas fantasias e nas intuições.


Conexão com a mulher atual: 

Características Principais:
A mulher Perséfone é a filha que tem relação íntima com a mãe. Possui muitos aspectos de forte  dualidade: ela é mulher-criança, combina sexualidade e inocência. Apesar da aparência frágil, é também poderosa em sua relação profunda com o inconsciente.
Feminina, receptiva, flexível, sensível e cautelosa – jamais revela seus segredos... 
Mediadora entre a realidade comum e a não comum, vivencia o êxtase místico e desce às suas próprias profundezas, tendo domínio do mundo interior.
Cheia de possibilidades de novo crescimento – Relaciona-se com a renovação da vida.

Aspectos Sombrios:
A mulher Perséfone pode tornar-se excessivamente passiva e dependente, fazendo sempre o que o outro espera, insegura, sem direção ou entusiasmo. Esperando que algo ou alguém transforme a sua vida.
Em geral, por ser a filhinha da mamãe, não se sente autêntica como mãe. 
Incapaz de assumir compromissos, recorre a desvios, mentiras e manipulações para conseguir o que deseja.
A mulher Perséfone tem grande tendência ao narcisismo e pode tornar-se tão fixada em si mesma, a ponto de perder a capacidade de se relacionar com os outros
Se as suas habilidades em relacionar-se com o inconsciente não forem bem elaboradas, pode fugir sempre que o mundo real pareça difícil ou exigente ou ainda ficar cativa no mundo fantasioso, rompendo com a realidade.

 


sexta-feira, 13 de julho de 2018

A Grande Deusa, Seus Símbolos e a Liberação


A Grande Deusa, Seus Símbolos e a Liberação
A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada
Excertos de palestras
Durga significa “forte”. Estamos presos dentro desse forte, e vemos o céu ao redor. É exatamente como um campo de futebol, e, dentro dele, nós estamos presos. Duh significa “difícil”, e ga significa “ir”. É difícil ir embora porque há muitíssimos muros.
Então, a superintendente deste mundo material se chama Durga. Com suas dez mãos, ela é muito poderosa. Dez mãos significam as dez direções: leste, oeste, norte, sul, nordeste, noroeste, sudeste, sudoeste, zênite e nadir. Assim, ela está vigiando todos os lados: “Você não pode sair”. Portanto, ela se chama Durga-devi, e este mundo material se chama Devi-dhama, “o lugar onde Devi, a mãe Durga, é a superintendente”. Deste modo, durga-shakti, a energia material, é tão poderosa que você não pode sair desse forte da existência material sem permissão superior. Quem pode dar essa permissão é o proprietário da energia.
Energia de Quem?
No Bhagavad-gita (7.14), Krishna diz:
daivī hy eṣā guṇa-mayī
mama m
āyā duratyayā
m
ām eva ye prapadyante
m
āyām etāṁ taranti te
“Esta Minha energia divina, que consiste nos três modos da natureza material, é difícil de ser suplantada. Porém, aqueles que se renderam a Mim podem facilmente transpô-la”.
Ela também se chama Maya, daivi-maya. Maya de quem? É de Krishna. Maya significa algo maravilhoso ou místico. Significa também ilusão, ou afeição, ou muitos outros significados. Porém, de um modo ou outro, Durga-devi, Maya, é de Krishna. Assim como a penitenciária é do governo e o Palácio do Governo também é do governo, tudo é de Krishna, a Suprema Personalidade de Deus, embora a penitenciária não seja tão boa quanto o Palácio do Governo. Īśāvāsyam idam sarva (Isopanisad 1): “Tudo pertence a Ele”. Portanto, Krishna diz mama maya, que significa “Minha energia”.
Também no Brahma-samhita (5.44), declara-se:
sṛṣṭi-sthiti-pralaya-sādhana-śaktir ekā
ch
āyeva yasya bhuvanāni bibharti durgā
icch
ānurūpam api yasya ca ceṣṭate sā
govindam
ādi-puruṣaṁ tam ahaṁ bhajāmi
“A potência externa, Maya, que é da natureza da sombra da potência cit, é adorada por todos como Durga, a agência criadora, preservadora e destruidora deste mundo material. Eu adoro o primordial Senhor Govinda [Krishna], segundo a vontade de quem Durga se conduz”.
Ainda no Bhagavad-gita, verso 14.4, encontramos:
sarva-yoniṣu kaunteya
m
ūrtayaḥ sambhavanti yāḥ
t
āsāṁ brahma mahad yonir
ahaṁ
bīja-pradaḥ pitā
“Ó filho de Kunti, deve-se compreender que é com o nascimento nesta natureza material que todas as entidades vivas, em todas as espécies de vida, tornam-se possíveis, e que Eu sou o pai que dá a semente”.
Krishna diz, ahaṁ bīja-pradaḥ pitā: “Eu insiro as sementes das entidades vivas na matéria”. Eis como as sementes das entidades vivas, como nós, são impregnadas na matéria. Assim como o pai impregna a mãe, esta natureza material é tal qual a mãe, daí a natureza material ser adorada como a mãe, a deusa, a deusa mãe, Durga, Kali. E o nacionalismo, a adoração ao país, também é a mesma adoração à matéria. Yasyatma-buddhih kunape tri-dhatuke (Srimad-Bhagavatam 10.84.13): “A pessoa identifica o eu com o corpo inerte composto de três elementos, a saber, muco, bile e ar”. Então, enquanto não nos esclarecermos, seremos adoradores desta energia material.
Acomodados na Prisão
Então, maya, esta natureza material, está sempre afligindo sobre as almas condicionadas três tipos de misérias de modo que elas possam retornar à sua consciência, a consciência de Krishna. As almas condicionadas, porém, são tão tolas e tão obtusas que elas aceitam: “Essas misérias são muito agradáveis”. Elas não têm o entendimento de que estão sempre em três tipos de misérias: adhyatmika, as misérias causadas pelo corpo e pela mente; adhibhautika, as misérias causadas pelo comportamento inamistoso de outras entidades vivas, e adhidaivika, as misérias causadas pelas perturbações naturais enviadas pelos semideuses. A penitenciária não se destina a deixar os prisioneiros confortáveis, senão que se destina a sempre lhes dar dificuldades de forma que possam se conscientizar de que os transgressores, os infratores, são punidos. Mas o prisioneiro se torna tolo o bastante para pensar: “Tudo bem. Não me importo com esta prisão. Deixe-me terminar este tempo de detenção e novamente causar transtorno”. Isso continua.
O Tridente, o Demônio e o Leão
Estamos nesta natureza material em virtude de nosso esquecimento e aversão a Krishna.
sei doṣe māyā-piśācī daṇḍa kare tāre
ādhyātmikādi tāpa-traya tāre jāri māre
“Devido a se opor à consciência de Krishna, a alma condicionada é punida pela bruxa da energia externa, maya. Ela, destarte, sofre as três classes de misérias”. (Caitanya-caritamrta, Madhya 22.13)
Vemos nas ilustrações da deusa Durga que ela carrega em sua mão um trisura, tridente. E um asura, uma pessoa demoníaca, está pelejando com o leão que a transporta, e a deusa está perfurando o peito desse demônio com o tridente. O demônio é muito forte e luta contra o leão, e a mãe, a deusa Durga, pega o demônio pelo cabelo e perfura o peito dele com o tridente ao mesmo tempo em que o leão ataca. Assim, a nossa posição atual é que estamos pensando como o demônio.
O leão é o símbolo de rajo-guna, o modo material da paixão. Kāma eṣa krodha eṣa
rajo-guṇ
a-samudbhavaḥ (Bhagavad-gita 3.37): Quando há excesso de modo da paixão, somos tomados pela luxúria e pela ira.
A característica do demônio é desafiar a existência de Deus, em consequência do que esta prakrti, natureza, o está perfurando com o tridente, que são as três classes de misérias. Estamos sob o controle da natureza material, e esse tridente está fincado em nosso peito. Como podemos compreender isso? Estamos experimentando esse tridente a todo momento. Assim, aqueles que são esclarecidos podem compreender que estamos em uma condição miserável. E aqueles que não são esclarecidos, mas estão em ignorância, pensam: “Tudo bem quanto a isto. Não nos importamos”.
kāma-krodhera dāsa hañā tāra lāthi khāya
“Deste modo, a alma condicionada se torna serva dos desejos luxuriosos e, quando estes não são realizados, torna-se serva da ira e continua a ser chutada pela energia externa, maya”. (Caitanya-caritamrta, Madhya 22.14)
A bola de futebol, embora chutada de um grupo para o outro, pensa: “Estou movimentando-me livremente”. Essa é sua liberdade. Que liberdade é essa? Assim como a bola está submetida aos chutes dos dois times de futebol, estamos subordinados aos chutes da luxúria e da ira. Somos luxuriosos e, quando a nossa luxúria não é satisfeita, somos chutados pela ira. Prosseguimos conduzindo a nossa vida dessa forma.
Por que Krishna Criou Maya?
Alguém talvez pergunte: “Por que Krishna criou a energia material, que é uma condição tão miserável?”. O governo pode criar uma penitenciária, mas por que você vai para lá? O governo convidou você para ir morar lá? Não, você se torna um criminoso e vai para lá. Existe a penitenciária e existe a universidade. Por que algumas pessoas vão para a penitenciária em vez de irem para a universidade? O governo não é parcial com as pessoas. Ele não diz: “Vocês viverão nesta universidade e serão educados, e vocês irão para a prisão e viverão lá”. Isso é uma escolha individual. Similarmente, Deus criou muitas coisas, mas é nosso dever seguir as instruções de Deus. Deus disse, sarva-dharmān parityajya mām ekaṁ śaraṇaṁ vraja (Bhagavad-gita 18.66):Simplesmente abandona todo contrassenso e rende-te a Mim. Dar-te-ei completa proteção”. Essa é a declaração de Deus. Deus é onipotente, e pode criar muitíssimas coisas para algum propósito – como este mundo material, cujo propósito é dar uma chance às entidades vivas esquecidas dEle, que quiseram desfrutar deste mundo –, mas por que vocês não seguem as instruções de Deus? Deus diz: “Rende-te a Mim”. Por que você não se rende? Por que se rende a maya?
Saindo da Prisão
Não é possível sair de Durga mediante suborno. Isto é muito fácil de entender. Vi em Delhi, por exemplo, que um homem trabalhava como datilógrafo dentro da penitenciária. Ele fora condenado a dez anos de prisão por ter atuado como espião em um departamento secretarial do governo. Mas ele era instruído e inteligente, e agradou o superintendente da prisão. Portanto, em vez de ser mantido em uma cela comum, foi colocado no escritório para datilografar. Esse prisioneiro, por ter satisfeito o superintendente da prisão, recebeu a pequena concessão de não ser colocado na cela comum, mas de trabalhar no escritório como datilógrafo. Há muitos prisioneiros políticos que recebem bangalôs de primeira classe e todas as facilidades, mas o superintendente da polícia não tem o poder de soltá-los. Isso não é possível. Similarmente, subornando Durga ou satisfazendo-a, você pode obter uma posição confortável dentro deste mundo material, mas seu verdadeiro afazer é como sair deste mundo, e isso Durga não pode dar.
hariṁ vinā naiva mṛtiṁ taranti
“Sem a misericórdia de Hari [Krishna], ninguém pode livrar-se do mundo da morte”.
A menos que você se renda a Krishna, não há possibilidade de sair das garras de maya. As almas condicionadas, entretanto, não estão se conscientizando de qual é a sua posição. É pela graça de algum representante especial do Senhor Supremo, ou pelo próprio Senhor Supremo, que é oferecida às almas condicionadas esta consciência: “Este não é o seu lugar. Você é parte e parcela de Deus. Seu lugar é o reino de Deus. Seu lugar é lá. Você está pelejando muito duro dentro desta natureza material. Apenas tente compreender sua posição”.
Tudo isso é descrito nas escrituras, nos Vedas, de sorte que as tolas almas condicionadas retomem seu juízo e tentem se tornar conscientes de Krishna e tentem tornar sua vida bem-sucedida a fim de que possam voltar ao lar, voltar ao Supremo.

Sagrado Feminino, Uma Introdução às Deusas Védicas e Seus Segredos

Sagrado Feminino, Uma Introdução às Deusas Védicas e Seus Segredos

(artigo - O Aspecto Feminino de Deus) Sagrado Feminino, Uma Introdução às Deusas Védicas e Seus Segredos14 (2)
Sri Nandanandana

Apresentação e análise de Durga, Lakshmi, Sarasvati e outras divindades femininas.

A adoração à Deusa existe há pelo menos 4000 anos na Índia, e se estende até um passado ainda mais remoto, remontando aos tempos védicos. Durga é a Deusa do universo, e Parvati, a esposa do Senhor Shiva, é uma forma de Durga. Ela tem 64 formas diferentes, com diferentes nomes para cada forma. Cada forma representa um passatempo, poder ou aspecto diferente da Deusa. Alguns dos nomes dessas formas de Durga são Ambika, Bhadra, Bhadrakali, Aryadurga, Vedagarbha, Kshemakshemakari, Naikabahu, Bhagavatai, Katyayani e outros, como Sati, que significa “castidade”. Em seus aspectos meigos, ela é adorada como Kanya, Kamakshi ou Mukamba. Uma (Parvati) é o nome de solteira da consorte do Senhor Shiva. Ela representa a matéria (prakriti). Shiva é o deus da destruição, que não tem sentido sem o que ser destruído, daí ser casado com Uma.
Durga é frequentemente retratada como uma bela mulher em vestes vermelhas. Ela pode ter quatro, oito, dez, dezoito ou vinte braços e três olhos. Os artigos em suas mãos podem incluir búzio, disco, tridente, arco, flecha, espada, adaga, escudo, rosário, cálice de vinho e sino, todos os quais representam suas potências. Ela também pode estar sobre um lótus ou montada em um leão. O leão representa o poder, mas também a tendência animalesca da ganância por comida e outros objetos sensuais. Ela estar sobre o leão representa que ela mantém todas essas tendências sob completo controle.
Todos os detalhes sobre Durga podem ser encontrados no Devi Bhagavata, ou em outra obra chamada Durgasaptashati, que pode ser encontrada como parte do Markandeya Purana. O nome “Durga” significa “alguém que é difícil de ser conhecida”. Contudo, sendo a mãe do universo, é possível nos aproximarmos dela através do amor. Como mãe, também é natural para ela dar amor a seus filhos.
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Deidade de Durga de um templo de Calcutá, Índia.
Durga é a personificação da energia material, na qual todos os seres vivos materialmente condicionados estão abortos em pensamentos, ações e identidade. Ela também é considerada o poder do sono, ou yoga-nidra, no qual o Senhor Vishnu descansa entre os ciclos de criação. Também é a personificação da sabedoria e do conhecimento, bem como do sacrifício, ou penitência, e do conhecimento mais elevado. Sua energia permeia o universo. Embora seja a mais bela, é, ao mesmo tempo, furiosa e terrível. Pode dispersar dificuldades e também matar os demônios.
Outra de suas formas populares é Mahishasuramardini. Nessa forma, é frequentemente apresentada com oito braços, com cada um deles segurando uma arma, e no processo de matar o demônio Mahishasura em sua forma como um touro. Ela foi gerada pela ira e pelos poderes dos deuses, isto é, Vishnu, Shiva, Brahma e outros. E as armas deles se tornaram as armas dela. Assim, montada em seu feroz leão, confrontou e matou Mahishasura e suas tropas. Esse demônio representa a propensão egoísta de que a força bruta é tudo o que é necessário para a realização de desejos egoístas. Enquanto lutava entre os deuses, ele estava se sobressaindo, até que seus poderes combinados e o desejo de lutar se manifestaram na forma da Devi como Mahishasuramardini, que, então, matou o demônio.
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Durga enfrenta Mahishasura. Escultura parte do acervo da UNESCO “Monumentos de Mahabalipuram”.
Simbolicamente, Durga destrói o demônio búfalo, que representa tamo-guna, a negra qualidade de preguiça, ignorância e inércia. Ela, assim, destrói o tamo-guna dentro de nós, o qual pode ser muito difícil de ser superado. Outra de suas qualidades é sua ira, a qual algumas vezes se manifesta como a guerra. Semelhante guerra limpa o mundo dos muitos elementos negativos que se acumulam a partir de uma sociedade pecaminosa.
Posteriormente, quando os deuses foram desafiados pelos demônios Shumbha e Nishumbha, solicitaram mais uma vez a ajuda da Deus. Dessa vez, do lado de Parvati, manifestou-se como Kaushika Durga, também chamada de Ambika. A beleza de Ambika atraiu os demônios, que, então, desejaram se casar com ela. Ela fez a promessa de se casar com aquele que fosse capaz de derrotá-la em batalha, mas se revelou desastrosa a tentativa de todos os demônios. Mesmo com o auxílio de gigantes como Dhumralochana, Chanda, Munda e Raktabija, fracassaram.
Da fronte de Durga, manifestou-se a bravia e negra Kali, que se tornou conhecida como Chamunda por ter decapitado os demônios Chanda e Munda. Quando lutou contra Raktabija, exigiu-se dela um empenho especial por causa do poder que ele tinha de que cada gota de seu sangue que espirrasse se tornava outro demônio. Foi Kali quem tomou a medida de beber todo o seu sangue para impedir que novos demônios se manifestassem. Deste modo, Durga foi capaz de matá-lo. Ela, então, matou facilmente Nishumbha, mas Shumbha acusou-a de ter aceitado ajuda. A Devi, então, recolheu todas as suas emanações em uma forma, após o que deu continuidade à batalha e matou Shumbha.
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Da fronte de Durga, manifestou-se a bravia e negra Kali.
Durga também é conhecida como Vaishnavi-shakti, o poder criativo do Senhor Vishnu, a causa original. Também se chama Vindhyavasini (aquela que vive nas montanhas Vindhya), Raktadanta (aquela de dentes vermelhos), Shatakshi (aquela que é querida por ter cem olhos), Shakambhari (aquela que confere aos vegetais a força da vida), Durgaa (aquela que matou Durga, uma personalidade demoníaca), Bhima (a feroz) e Bhramaramba (aquela que é querida por ter uma forma de abelhas).
A Devi também se manifesta como Maheshvari, que, de acordo com os três modos da natureza material, também se manifesta como Mahakali, Mahalakshmi e Mahasarasvati. Essas são diferentes das deusas Lakshmi e Sarasvati, sobre as quais discutiremos posteriormente. No aspecto de Mahakali, é considerada a personificação de tamo-guna, ou modo da escuridão, sono e inércia. Ela também é maya, a energia ilusória do Senhor Vishnu. Tal maya tem que ser removida para que despertemos nossa identidade espiritual verdadeira. É dentro de maya que os aparentes poderes de mal e dissensão existem. Ela é frequentemente retratada de pele azul e com dez braços, com cada um deles segurando uma arma diferente, como espada, disco, maça, arco, flecha, clava de ferro, lança, laço, cabeça humana e búzio.
Mahalakshmi é o aspecto de rajo-guna, a natureza passional. Nesse aspecto, é vista na cor vermelha, o que significa o desejo de combater as forças maléficas. Ela possui dezoito braços, segurando rosário, cântaro, maça, lança, espada, escudo, búzio, sino, taça de vinho, tridente, laço e disco. Foi ela quem matou Mahishasura.
Mahasarasvati representa o aspecto sáttvico, ou da bondade e pureza. Possui coloração clara e oito braços, que seguram um sino, um tridente, um arado, um búzio, um pilão, um disco, uma maça e uma flecha. É a manifestação da beleza, do trabalho e da organização. Foi ela, como Kaushika Durga, que se manifestou como Parvati. Foi ela quem destruiu os demônios conhecidos como Dhumralochana, Chanda, Munda, Raktabija, Nishumbha e Shumbha, os quais são certos aspectos do princípio de ego.
Kali é outra forma da Deusa que é frequentemente vista em templos e pinturas. É frequentemente retratada nua, estando coberta apenas por seus cabelos esparramados. Possui tez escura. Usa um saiote de braços humanos e uma guirlanda de crânios também humanos e, por vezes, carrega uma cabeça humana em uma das mãos, recentemente cortada e pingando sangue, e um grande cutelo na outra mão. As outras duas mãos estão conferindo bênçãos e oferecendo proteção. Sua língua é projetada para fora e, da mesma, pinga sangue. Também é comum vê-la retratada em um crematório ou em um campo de batalha em meio a cadáveres mutilados. Algumas vezes, está de pé sobre o corpo branco ou azulado de seu esposo, Shiva. Ele, desta maneira, suplica-lhe que não destrua tudo.
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Kali de pé sobre o corpo branco de seu esposo, Shiva.
O significado de tudo isso é que, antes de tudo, Kali representa o tempo, kala, o que devora tudo às suas maneiras terríveis. Ela não tem vestes porque está livre do véu da ignorância, representado pelo universo, o qual oculta nossa verdadeira identidade espiritual. Ela é negra porque representa tamo-guna, ou o vazio que tudo engoliu, incluindo o espaço, o tempo e os ingredientes da natureza material. Seu saiote de braços indica que ela está contente com as oferendas de nosso trabalho, em virtude do que as usa. O saiote também representa o potencial interno para manifestação externa aguardando por acontecer. Seus cabelos soltos representam simplesmente sua liberdade de ir e vir como queira. A guirlanda de cinquenta crânios representa as cinquenta letras do alfabeto ou o som, a partir do que toda a manifestação material se origina, e que agora está em um estado de destruição, indicado por Kali usar essa guirlanda. Embora sua forma seja aterradora, ela também está oferecendo destemor mediante os gestos de sua mão.
Outra explicação de por que a deusa Kali fica de pé sobre Shiva é que, certa vez, Kali ocupou-se em uma batalha na qual destruiu todos os demônios. Em comemoração à vitória, dançou tão vigorosamente que os mundos começaram a balançar e mostrarem sinais de que seriam destruídos. Todos ficaram ansiosos, motivo pelo qual Shiva foi até ela a fim de a tranquilizar e fazê-la parar de dançar. Contudo, ela estava tão fora de si que nem o notou nem o ouviu. Shiva, então, deitou-se a seus pés, como um cadáver, para absorver o impacto de sua dança, e, quando ela finalmente notou que havia pisado em seu esposo, colocou sua língua para fora devido à vergonha.
A Identidade de Durga e a Diferença entre Mahamaya e Yogamaya
Sendo a personificação da energia material, Durga também é a criada do Senhor Krishna, e se conduz de acordo com a vontade do Supremo. Sua sombra é a energia material, maya. Nessa forma de Durga, é retratada como uma bela deusa de dez braços, representando os dez tipos de atividades materiais. Ela está montada em seu leão, indicando suas atividades heroicas. Ela é a subjugadora dos vícios, representados pela imagem do demônio Mahishasura sendo pisado por ela. Kartikeya e Ganesha são seus filhos, representando beleza e sucesso. Ela carrega vinte armas, denotando as várias atividades piedosas prescritas nos Vedas para a supressão de vícios. Ela também carrega uma cobra, que significa o tempo destruidor. A palavra durga significa “prisão” ou “forte”, uma vez que o mundo material é como uma prisão da qual é difícil escapar. Dur significa “dificuldade”, e ga, “ir”. É, portanto, muito difícil escaparmos deste mundo material sem nos submetermos a muitas privações. Não obstante, quem se refugia na potência espiritual pode se livrar da natureza ilusória do mundo material. Quando os seres vivos se esquecem de sua natureza espiritual e do serviço ao Ser Supremo, Krishna, são confinados na prisão material do universo. Esse é o aspecto da criação material que é presidido por Durga. Contudo, quem é devoto do Senhor e está no caminho espiritual para reobter sua natureza verdadeira está livre do ambiente prisional do universo – Durga não o afeta.
A forma espiritual de Durga é yogamaya. A forma externa de Durga é mahamaya, a energia ilusória. A forma espiritual de Durga, que funciona na plataforma de shuddha-sattva, a existência transcendental pura, é compreendida como a irmã de Krishna, conhecida como Ekanamsha ou Subhadra.9 O nome Subhadra significa “muito auspiciosa”. Subhadra, portanto, também abre caminho para o progresso espiritual do devoto fornecendo o que é auspicioso e removendo tudo o que é inauspicioso. Então, essa é a forma espiritual de Durga, cuja sombra é a energia material externa.
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Subhadra, de cor amarela, ladeada por seus irmãos Balarama e Jagannatha, em Pune, Índia.
Devemos atentar a que Durga trabalha no mundo material. Subhadra faz o papel de irmã do Senhor Krishna e é a energia interna ou espiritual, e não opera, como Durga, no mundo material. Originalmente, portanto, sua energia é uma, mas, através de sua expansão como Durga, ela trabalha em uma competência diferente dentro do reino material.
Contudo, ainda superior a Subhadra é Radharani, a consorte do Senhor Krishna e a quintessência da energia espiritual. Ela é a personificação, essência e origem da potência de prazer do Senhor Krishna, hladini-shakti. Essa potência de prazer do Senhor Krishna se expande para se tornar Radharani a fim de que aconteçam os passatempos espirituais mais íntimos, em Goloka Vrinadavana, o planeta espiritual supremo. Desta maneira, Durga também pode ser considerada uma expansão de Radharani. Radharani, portanto, é a fonte da essência do prazer na dimensão espiritual, ao passo que Durga fornece os meios para todo prazer no âmbito material.
Podemos entender, por conseguinte, que a mahamaya, manifesta no mundo material, é uma expansão de yogamaya, do mundo espiritual. Yogamaya administra o céu espiritual e, em sua expansão parcial como mahamaya, administra o mundo material. Yogamaya encobre os devotos no mundo espiritual de modo que eles possam se esquecer da grandeza do Senhor e se ocuparem em passatempos amorosos com Ele como Seus amigos, familiares, criados e assim por diante sem se sentirem oprimidos por Sua onipotência. Mahamaya, atuante no mundo material, por outro lado, mantém as entidades vivas esquecidas de sua verdadeira natureza eterna enquanto não revelem alguma inclinação espiritual. Isso as mantém superficialmente contentes com a felicidade material. Assim, yogamaya ajuda a unir os devotos com o Ser Supremo em vários relacionamentos, enquanto mahamaya os mantêm separados, ou ao menos faz parecer que estão separados através do princípio do esquecimento a que é submetida a alma individual.
O Narada Purana (1.3.13-15) lista muitos nomes de Durga. Uma vez que é considerada uma das energias do Senhor, é tratada como Sua shakti, e se chama Uma, Bharati, Girija e Ambika. Os grandes sábios designam-na como Durga, Bhadrakali, Chandi, Mahesvari, Kaumari, Vaishnavi (a potência suprema do Senhor Vishnu), Varahi (a potência do Senhor Varaha, uma encarnação de Krishna), Aindra, Shambhavi, Brahmi (conectada ao Senhor Brahma), Vidya (conhecimento espiritual), Avidya (ignorância), Maya (a energia ilusória do Senhor), e Para Prakriti (a natureza primordial suprema).
Outros aspectos de Durga são acompanhados por um nome diferente e frequentemente têm, cada um, uma história associada. Não narraremos cada história, mas alguns dos nomes adicionais podem ser apresentados. Entre esses nomes, figura Lalita, que é uma formosa deusa que vive eternamente na cidade de Shripura, no monte Meru, com seu esposo, Shiva Kameshvara. Annapurna é a forma de Parvati que abençoa o lar com alimento. Aparajita significa Durga como a invencível. Bala significa criança. Bhadrakali é um dos aspectos de Mahakali e a forma que surge de sua ira quando seu esposo, Shiva, foi insultado por Daksha, forma essa que lutou, ao lado de Virabhadra, a corporificação da ira de Shiva, para destruir o sacrifício de Daksha. Bhairavi é a Devi como o poder de aterrorizar – um dos dez aspectos da energia de Shiva. Bhavani é outro nome. Bhutatma é a mãe dos bhutas, ou fantasmas. Dakshayani é Durga como a filha de Daksha. Gauri significa a amarela ou dourada esposa de Shiva. Indrakshi possui olhos similares aos de Indra e é frequentemente adorada por Indra. Ela também pode abrandar doenças incuráveis quando agradada por meio de bons hinos. Jagadhatri significa “aquela que sustenta o mundo”. Katyayani é a Devi em seu nascimento como a filha de Kata. Parvati é a filha de Parvata, a personificação do Himalaia. Rudrani é a esposa de Rudra. Tripura Bhairavi é a shakti de Shiva quando ele é o regente da morte.
No Brahma Vaivarta Purana (Krishna-janma-khanda 118.35), Durga fala com Shiva sobre como ela é uma expansão desde os reinos mais elevados e explica a si mesma da seguinte forma: “Sou Mahalakshmi em Vaikuntha, Srimati Radha em Goloka, Shivaa [ligada a Shiva] na região de Shiva, e Sarasvati na morada do deus Brahma”. Assim, dos níveis mais elevados do domínio espiritual, ela se expande a fim de incluir todas as outras shaktis ou potências.
O Narada Purana (1.3.27) também explica isso em relação ao Senhor Vishnu: “A shakti dEle é a grandiosa maya, a confiável protetora do universo. Em razão de ser a causa material do universo, os estudiosos [também] a chamam de prakriti”.
Essa energia ilusória, maya, exerce um importante papel no processo criativo da manifestação cósmica. No Srimad-Bhagavatam (3.5.25), Maitreya explica a Vidura que a energia externa trabalha tanto como a causa quanto como o efeito na manifestação cósmica. Essa energia externa é conhecida como maya, ou ilusão, e, somente através de sua agência, toda a manifestação material se faz possível.
Além de possibilitar a manifestação material, outra função de maya é encobrir os seres vivos dentro da energia material e, deste modo, mantê-los em ilusão no que diz respeito à sua verdadeira identidade. Essa categoria de esquecimento é um dos princípios fundamentais do mundo material, sem o que as entidades vivas não poderiam se envolver com a vida material. Afinal, se fosse óbvio demais a nós entidades vivas o fato de que somos entidades espirituais, não ficaríamos satisfeitos com as atividades materiais ou com a ocupação nos prazeres sensoriais corpóreos. Então, para ajudar a providenciar um lugar de atuação para as almas materialmente condicionadas que se mostram rebeldes e querem viver fora do reino de Deus, esse esquecimento é necessário.
Na verdade, os seres vivos espirituais ficam apenas encobertos por essa nuvem de maya, a qual afeta sua consciência. Portanto, a meta de qualquer caminho espiritual genuíno é simplesmente remover essa nuvem e a influência da energia ilusória. Se um sistema religioso não pode fazer isso, então ele é incompleto.
A Brahma-samhita (5.44) também explica que maya é como a sombra da potência de conhecimento, ou chit, do Senhor, e também é adorada na forma de Durga, a agência criadora, preservadora e destruidora deste mundo material.
Os Shaktas
A tradição shakta é uma das três principais tradições da cultura védica. O poder ou energia de Shiva é a shakti, a corporificação do poder. Ela é o poder e o suporte de todo o universo. Assim, ela é a Mãe Universal. Aquele que adora a shakti, ou a energia feminina divina, é um shakta. Shiva representa a consciência eterna, enquanto a shakti representa a mente e a matéria. Os shaktas são aqueles que acreditam que a atividade original ou o princípio criativo da existência é a energia divina chamada shakti. Shakti é a energia feminina inerente em tudo ao longo do universo, e é considerada a companheira do Senhor Shiva em sua forma personificada.
As ideias originais da crença shakta podem ser traçadas até o Rig-veda e obras posteriores. Contudo, os Vedanta-sutras (2.2.42-45) apontam alguns erros essenciais na filosofia shakta. Por exemplo, considerar que a shakti, ou a energia, pode ser a causa independente do mundo não é uma compreensão completa. A razão é que somente a energia não pode criar sem a cooperação, direção e facilidade do energético, que, neste caso, é o Criador ou Ser Supremo. A energia necessariamente tem uma fonte, o energético. Assim, como explicamos, essa shakti é, em última instância, a energia do Senhor Supremo. Ela não é nem pode ser a única causa do mundo. Ela trabalha muito proximamente com a energia do Senhor na forma do Senhor Shiva.
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Shaktas são comumente identificados por marcarem a fronte com um círculo vermelho ou traço vertical de mesma cor.
O Supremo é o energético ou a fonte e controlador da energia, assim como a usina de energia é a fonte da energia elétrica que é controlada para iluminar muitíssimas lâmpadas. Deste modo, a energia não pode existir sem o energético. Por conseguinte, os seguidores do culto da shakti que imaginam que a energia é a causa do mundo não têm fundamentação na autoridade védica conclusiva. Não é possível que meramente pela energia todos os elementos do universo sejam produzidos. Da mesma maneira, não vemos uma mulher produzir crianças sem a contribuição de um homem, senão que somente através da energia dada pelo sêmen de um homem pode haver concepção em uma mulher. Similarmente, somente se a shakti, ou a natureza, for controlada e dirigida pelo contato com o purusha, Deus, pode haver a formação organizada dos elementos materiais. Desta forma, tudo procede do Ser Supremo, como explicado na literatura védica, e a shakti não é independente.
Os shaktas se dividem em dois grupos, um chamado a mão direita, e o outro chamado de grupo da mão esquerda. O grupo da mão direita, ou dakshinachara, é o grupo ascético, enquanto a mão esquerda, ou vamachara, são aqueles que combinam exercícios ióguicos com práticas que são frequentemente consideradas mais heterodoxas, as quais se chamam panchamakara, ou “os cinco emes”, a saber, madya (consumo de vinho), mamsa (consumo de carne), matsya (peixe), mudra (grãos tostados), maithuna (sexo ritualístico) e também canções cerimoniais. Na maior parte dos casos, o consumo de vinho e carne e as atividades sexuais se destinam a serem utilizadas como parte de um rito sacrificial na adoração à deusa Kali ou Durga.
Lakshmi
A deusa Lakshmi é a consorte e shakti, ou potência, do Senhor Vishnu. Lakshmi – ou Sri, quando especialmente tratada como a deusa da beleza (embora, algumas vezes, consideradas como entidades distintas) – é a deusa da fortuna, da riqueza, do poder e da amabilidade. Riqueza não diz respeito apenas a dinheiro, mas também a valores superiores e qualidade de vida. O poder da mente e do intelecto também é fundamental se a pessoa quer ser verdadeiramente rica, o que inclui a riqueza espiritual. Esses são pré-requisitos para a obtenção de conhecimento espiritual, daí Lakshmi ser adorada nos dias quatro, cinco e seis do festival de Navaratri, antes da adoração a Sarasvati, quem será explicada em seguida.
Como a esposa do Senhor Vishnu, ela aparece quando quer que Ele o faça, em cada um de Seus adventos, tais como Vamana, Parashurama, Rama ou Krishna. Nesses adventos, ela apareceu, respectivamente, como Padma, ou Kamala; Dharani; Sita, e Rukmini. Eles são inseparáveis.
Lakshmi é retratada como excepcionalmente bela, de pé sobre um lótus. Com quatro braços, segura em duas de suas mãos flores de lótus, e a mão direita inferior oferece bênçãos de fortuna, ao passo que a mão esquerda inferior é mostrada erguida no mudra, ou postura de mão, de conferimento de bênçãos.
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Lakshmi, a deusa da fortuna.
As flores de lótus que ela carrega em suas mãos representam que conhecer a si mesmo é a meta suprema da vida. Também indicam os vários mundos e seres vivos em diferentes estados de desenvolvimento ou evolução. Certas vezes, pode aparecer segurando um coco dentro de um pote em uma mão, que é outra representação de Lakshmi. Quando, porém, ela está na companhia do Senhor Vishnu, ela pode ser vista com duas ou quatro mãos. Seus quatro braços indicam as quatro principais bênçãos da existência humana, a saber, dharma (atos de retidão e dever), artha (prosperidade), kama (prazeres sensuais) e moksha (libertação final). Ela sempre usa uma guirlanda de lótus e é frequentemente vista com elefantes de ambos os seus lados oferecendo-lhe artigos, como guirlandas, ou derramando sobre ela potes d’água, que, por sua vez, podem exibir donzelas celestiais. Sua cor é frequentemente negra, ou branca, rosa ou amarelo dourado. Quando sua cor é negra, indica sua conexão com o Senhor Vishnu. Quando vista na cor amarelo dourado, isso a representa como a fonte de toda fortuna e riqueza. Quando branca, é vista como o modo da natureza mais elevado, a partir do qual o universo se origina. E quando vista como rosada, isso representa sua disposição de misericórdia ou compaixão para com todas as criaturas, uma vez que ela é também a mãe de todos os seres.
Ocasionalmente, você pode vê-la em um templo apenas dela, sem a companhia do Senhor Vishnu. Nesse caso, ela é vista sentada sobre um trono de lótus e segurando em suas quatro mãos um padma (lótus), shankha (búzio), amritakalasha (pote de néctar) e uma fruta bilva. O pote de néctar indica as bênçãos de imortalidade. A fruta que ela segura representa os resultados de nosso trabalho ou ações, o que vem pelas bênçãos dela. Quando essa fruta é um coco, indica que ela é a fonte dos três níveis de criação, a saber, o grosseiro, o sutil e o imperceptível. Se é uma romã, significa que todos os mundos estão sob sua influência, aos quais ela é transcendental. E se a fruta é a bilva, que é saudável porém não muito apetitosa, isso significa a bênção de moksha, libertação.
Quando é retratada com oito braços, também segura um arco, uma flecha, uma maça e um disco. No entanto, isso é, na verdade, um aspecto de Durga, a saber, Mahalakshmi.
Não há muitos templos dedicados exclusivamente à Deusa Lakshmi. Ela comumente recebe um espaço ao lado do Senhor Vishnu, ou um pequeno santuário em um dos templos. Contudo, em alguns raros templos dedicados a Lakshmi, você pode vê-la em um trono central com seus outros oito aspectos, ou expansões, ao seu lado – quatro à direita e quatro à esquerda. Essas expansões têm diferentes combinações de mãos segurando vários objetos representando seus diferentes poderes. A mais popular dessas é Gajalakshmi, exibida com quatro braços sobre um lótus de oito pétalas. Esse seu aspecto é mais frequentemente visto posicionado sobre portas de casas ou templos. Quando vista com duas mãos, é conhecida como Samanyalakshmi e Indralakshmi.
Outros nomes para Lakshmi incluem Hira (joia), Indira (aquela que é poderosa), Jaladhi-ja (nascida do oceano) e Lokamata (mãe do mundo). Contudo, ela também se chama Chanchala, cujo significado é “instável”, ou “aquela que jamais fica em um lugar por muito tempo”. Isso significa que a boa fortuna e a riqueza comumente não permanecem com alguém por muito tempo. Somente com o mais elevado respeito por Lakshmi ela permanecerá no lar de alguém. Isso não significa apenas oferecer-lhe adoração, mas também ter o zelo de não deixar que ela se vá facilmente por gastar dinheiro em artigos ou projetos desnecessários.
Em algumas pinturas dela, é vista sobre uma coruja, que, em sânscrito, é uluka, outro nome para Indra, o rei dos céus. Assim, ela monta sobre o rei dos deuses, o proprietário de toda riqueza material e de todo poder material que um ser vivo poderia querer neste mundo, o que ainda não é o mundo espiritual.
Em sua primeira encarnação, Lakshmi foi a filha do sábio Bhrigu e de sua esposa Khyati. Posteriormente, nasceu do oceano de leite quando esse foi batido pelos esforços cooperativos dos devas (semideuses) e asuras (demônios). Esse evento pode ser lido no Bhagavata Purana (8.6-8). Em resumo, os demônios e os semideuses estavam em prolongado conflito entre si. Porque os semideuses ofenderam e foram amaldiçoados pelo sábio Durvasa Muni, perderam seu reino celeste quando derrotados pelos demônios. Assim, os semideuses foram ter com o Senhor Brahma a fim de explicarem a situação. Todos eles, então, foram oferecer orações ao Senhor Vishnu, que, satisfeito com eles, aconselhou-os em relação a como deveriam proceder. Cumprindo essas instruções, os semideuses fizeram um acordo de trégua com os demônios a fim de que pudessem trabalhar juntos na batedura do imenso oceano de leite, pelo que o néctar da imortalidade seria produzido, o que todos eles naturalmente queriam. Muitas outras coisas surgiram dessa batedura, tal como um poderoso veneno, bebido pelo Senhor Shiva. Depois disso, entre outras coisas e personalidades, veio Lakshmi, a deusa da fortuna. Ela foi adorada pelos grandes sábios e semideuses, mas não foi capaz de encontrar alguém para ser seu esposo, em virtude do que selecionou o Senhor Vishnu, que lhe deu um local onde pudesse sempre ficar. 
Sarasvati
O significado literal do nome Sarasvati é aquela que dá o conhecimento essencial (sara) de nosso próprio eu (sva). A deusa Sarasvati também é considerada a deusa da aprendizagem, ou da educação, inteligência, perícias, artes e habilidades. Como é a consorte de Brahma, que é considerado a fonte de todo conhecimento, Sarasvati é o conhecimento em si. Assim, muitos estudantes ou mesmo eruditos podem adorá-la a fim de receberem suas bênçãos. Ela é descrita como de tez branca, e muito bela e graciosa.
Ela é frequentemente retratada sentada sobre um lótus, que simboliza que ela tem por base a experiência da Verdade Absoluta. Assim, ela não apenas tem o conhecimento, mas também a experiência da Realidade Altíssima. Ela segura em suas quatro mãos um instrumento vina, uma akshamala (contas de orar) e um pustaka (livro) na esquerda, livro esse representando o conhecimento de todas as ciências. Ela segurar o livro, ou as escrituras, em uma mão também indica que somente esse conhecimento pode nos levar à Verdade. A vina mostra a beleza de aprender as belas artes. Tocando sua vina, ela sintoniza a mente e o intelecto com o conhecimento dela, e, deste modo, o buscador pode ficar em harmonia com o universo. As contas de oração representam todas as ciências espirituais, como meditação e japa (canto dos santos nomes de Deus), e, sendo seguradas na mão direita, indicam que se trata de algo mais importante do que o conhecimento secular contido no livro em sua mão esquerda. Seus quatro braços representam seu irrestrito poder nas quatro direções. Ela também representa criatividade, ou a combinação de poder e inteligência, a base da criatividade.
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Sarasvati, deusa da aprendizagem.
Seu nome significa literalmente “aquela que flui”, o que pode ser aplicado a pensamentos, palavras ou ao fluir de um rio. Ela é a deidade de um rio no Rig-veda. Seus outros nomes incluem Sarada (outorgadora da essência), Brahmi (esposa de Brahma), Mahavidya (portadora do conhecimento supremo), Bharati (eloquência), Maha-vidya (conhecimento transcendental), Arya (nobre), Maha-vani (o verbo transcendental), Kamadhenu (aquela similar a uma vaca realizadora dos desejos), Dhaneshvari (a divindade da riqueza) e Vagishvari (mestra da fala). É através da fala que o conhecimento se manifesta em ação. É por meio dela que a linguagem e a escrita se revelam.
Ocasionalmente, também é mostrada com cinco cabeças e oito braços, representando seus poderes adicionais. Outros objetos que ela pode segurar incluem o pasha (laço), ankusha (aguilhão), chakra (disco), padma (lótus), trishula (tridente) e shankha (búzio). Algumas vezes, também é vista montada em um cisne, o transportador de seu esposo, Brahma. Em outros momentos, é vista montada em um pavão ou sentada com um pavão próximo a ela. O pavão representa a beleza mundana, que pode distrair o aspirante espiritual. O cisne carrega o significado da aquisição de sabedoria e conhecimento, uma vez que esse animal tem a habilidade de separar o leite da água quando bebe, ingerindo apenas o leite.
Sarasvati também é a shakti, ou poder, de Brahma, o criador secundário do universo. Ela, deste modo, também é considerada uma mãe do universo. Destarte, também é associada à fertilidade.
Gayatri
Gayatri é a deusa que é a personificação do sagrado mantra Gayatri, que é entoado três vezes ao dia. Ela o compartilha com as deusas Savitri e Sarasvati. Gayatri tem quatro faces, e quatro ou dez braços, e monta um cisne. Ela preside o canto matinal da oração, e preside também o Rig-veda e os fogos sagrados de nome garhapatya. Esses eram os fogos sagrados que os três varnas conhecidos como brahmanas, kshatriyas e vaishyas tinham de manter em suas casas para a feitura de rituais sagrados. Então, a deusa Savitri preside o canto da oração ao meio-dia. Ela possui quatro faces com doze olhos, tem quatro braços e monta um touro. Ela também rege o Yajur-veda e o fogo dakshina. Sarasvati, por sua vez, rege a entoação noturna da oração e o Sama-veda. 
Srimati Radharani
Srimati Radharani é a Deusa Suprema. Ela é vista quase sempre com o Senhor Krishna. Descreve-se que Ela é a principal associada e devota do Senhor Krishna, bem como a maior de todas as deusas. Seu nome significa que Ela é a melhor adoradora do Senhor Krishna. Contudo, também é uma expansão da energia do Senhor. Uma vez que é uma extensão de Krishna, Ela é o aspecto feminino de Deus. Assim, na tradição vaishnava gaudiya, Deus é tanto masculino como feminino. Eles são Um, mas Krishna Se expande em dois, Ele próprio e Radharani, para a possibilitação de passatempos amorosos e divinos. Se permanecessem Um, não haveria nem relacionamentos, nem passatempos, nem trocas dinâmicas de amor. (Chaitanya-charitamrita, Adi-lila 4.55-56)
Se todos nós permanecêssemos fundidos ou amalgamados em uma única força ou luz, não haveria necessidade de nada mais. Certamente não seria necessária esta manifestação material para providenciar às inumeráveis almas condicionadas os meios para buscarem o caminho para satisfazerem seus sentidos, mentes, emoções, desejos para autoexpressão, atividades intelectuais e tantas outras coisas. Similarmente, o mundo espiritual é a manifestação dentro da qual todas as almas têm a oportunidade de se ocuparem em uma imensa pluralidade de passatempos em relacionamentos amorosos em plena variedade espiritual, sem os muitos impedimentos que encontramos neste mundo material. A única diferença é que o mundo espiritual é centrado em torno do Ser Supremo. E essa Personalidade Suprema expande-Se em Radharani para exibir o relacionamento amoroso supremo, no qual muitos outros O auxiliam.
No Brihad-Gautamiya Tantra, Radharani é assim descrita:
devi krishna-mayi prokta
radhika para-devata
sarva-lakshmi-mayi sarva
kantih sammohini para
“A deusa transcendental Srimati Radharani é a contraparte direta do Senhor Sri Krishna. Ela é a figura central para todas as deusas da fortuna. Ela possui toda atratividade para atrair a todo-atrativa Personalidade de Deus. Ela é a potência interna primordial do Senhor”.
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Radharani, a Deusa Suprema.
O Brihad-Gautamiya Tantra explica ainda que Radha é conhecida como a Deusa Suprema, a fonte de toda abundância e toda beleza, e possui o poder de encantar a todos. Toda a existência dEla é permeada por Sri Krishna. Desta maneira, portanto, Ela é a Deusa Suprema do amor, pois é a consorte do Senhor Krishna, que é o Supremo Deus do amor.
Explicando mais detalhadamente, Srimati Radharani é também a fonte de todas as outras deusas, que são expansões Suas. Assim como o Senhor Krishna é a fonte de todas as outras expansões e encarnações de Deus, Radharani é a fonte de todas as demais expansões das energias de Deus, as shaktis, ou outras deusas. Assim, Vishnu, Rama e mesmo Shiva são todos expansões do único Ser Supremo, e, similarmente, Lakshmi, Sita e mesmo Durga são todos expansões dessa forma feminina suprema de Deus, Radharani.
Explica-se que as amadas consortes do Senhor Krishna são de três tipos, a saber, as deusas da fortuna, ou Lakshmis; Suas rainhas; e as vaqueirinhas de Vraja, chamadas gopis. Todas elas procedem de Radharani. As Lakshmis são manifestações parciais, ou porções plenárias, de Srimati Radharani, ao passo que as rainhas em Vaikuntha e em Dvaraka são reflexos de Sua imagem. As vrajadevis, ou gopis, são Suas expansões e auxiliam na ampliação de rasa, ou os passatempos divinos e amorosos. Entre eles, há muitos grupos com vários sentimentos e humores, os quais contribuem para a saboreação da doçura da dança da rasa e outros passatempos da parte do Senhor Krishna. (Chaitanya-charitamrita, Adi-lila 4.75-81)
“Entre as gopis de Vrindavana, Srimati Radharani e outra gopi são consideradas as principais. Contudo, quando as comparamos, parece que Srimati Radharani é mais importante, haja vista que Seu aspecto verdadeiro expressa o êxtase de amor mais elevado. O êxtase de amor experimentado pelas demais gopis não pode ser comparado àquele de Srimati Radharani”. (Ujjvala-nilamani 4.3, de Rupa Gosvami)
Radharani possui muitos nomes de acordo com Suas qualidades e características. Alguns dos nomes pelos quais Radharani é conhecida incluem Govinda-anandini, “aquela que confere prazer a Govinda [Krishna]”; Govinda-mohini, “aquela que mistifica Govinda”; Govinda-sarvasa, “aquela que é tudo para Govinda”; Shiromani Sarva-kanta, “a joia mais preciosa entre todas as consortes do Senhor”, e Krishnamayi, “aquela que vê Krishna tanto dentro quanto fora”. Ela também é chamada de Radhika nos Puranas porque Sua adoração [aradhana] ao Senhor consiste em realizar os desejos dEle. Aradhana é a raiz do nome Radharani, que indica alguém que é perita em adorar o Senhor. Ela também Se chama Sarva-lakshmi, “a fonte original de todas as deusas da fortuna”. Isso também significa que Ela é a energia suprema do Senhor Krishna, e representa Suas seis opulências, a saber, fama, fortuna, força, riqueza, conhecimento e desapego. Também é conhecida como Sarva-kanti, o que indica que toda beleza e brilho repousam em Seu corpo, e a beleza de todas as Lakshmis deriva dEla. Sarva-kanti também significa que todos os desejos do Senhor Krishna repousam em Srimati Radharani. Assim como o Senhor Krishna encanta o mundo com Sua beleza e Seu encanto, Sri Radha O encanta. Portanto, Ela é a Deusa Suprema. Sri Radha é o poder completo, e o Senhor Krishna é o possuidor de todo poder. (Chaitanya-charitamrita, Adi-lila 4.82, 84, 87-96) Assim, os dois não são diferentes, assim como os raios solares não são diferentes do Sol, ou assim como a energia não é diferente do energético ou da fonte de energia.
Sem Radha, não há sentido para Krishna, e, sem Krishna, não há sentido para Radha. Por causa disso, na tradição vaishnava, sempre oferecemos respeitos primeiramente à energia interna do Senhor na forma de Radha, e, então, ao Senhor. Assim, são referidos como Radha-Krishna, ou, em outros nomes, como Sita-Rama, Lakshmi-Narayana e assim por diante. Assim, Radha e Krishna são Um, mas, quando o Senhor Krishna deseja desfrutar, Ele Se manifesta como Radharani. De outro modo, não há nenhuma energia em que Krishna possa obter prazer, pois não obtém prazer fora de Si.
Também se descreve que a potência de amor de Deus se chama hladini, a potência de prazer do Senhor. Quando quer que o Senhor deseje desfrutar de prazer, Ele exibe Sua potência espiritual pessoal conhecida como hladini. E a essência desse amor está na emoção chamada bhava. O desenvolvimento último dessa emoção é mahabhava, ou grande bhava. Mahabhava é repleto da potência de prazer, e é uma exibição do amor mais elevado pelo Senhor Krishna. Sri Radharani é a corporificação dessa consciência transcendental encontrada em mahabhava. Sua mente, Seus sentidos e Seu corpo estão sempre imersos nessa categoria mais elevada de amor por Krishna. Ela é tão espiritual quanto o próprio Senhor.
Ela, então, expande-Se em diferentes formas, conhecidas como Lalita, Visakha e Suas outras companheiras confidentes, as quais ampliam a disposição de amor divino. Contudo, sendo o aspecto hladini do Senhor, é também a fonte derradeira de toda felicidade para todos os seres vivos. Em outras palavras, tudo o que confere prazer e felicidade dentro dos mundos espirituais e materiais o faz por causa dEla e da energia que dEla emana. (Chaitanya-charitamrita, Adi-lila 4.68-72)
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Krishna e Radharani na companhia de Lalita, Visakha e outras companheiras confidentes de Radha.
Essa potência de prazer se expande e se difunde pelos mundos espirituais, após o que desce à criação material nas muitas formas de felicidade que são experimentadas pela alma condicionada, embora possa ser chamada por diferentes nomes e percebida de variadas maneiras. Uma vez que todos nós somos partes e parcelas do Senhor, também temos essa potência de prazer dentro de nós em um grau diminuto. O erro é estarmos tentando desfrutar dela no mundo material. Somos como centelhas que estão se apagando devido a termos deixado o nosso lugar, que é o fogo radiante da companhia do Senhor Krishna.
O mantra Hare Krishna dirige a atenção e a devoção de quem o entoa tanto para Radha quanto para Krishna. Radha também é conhecida como a mãe Hara, que, no vocativo dentro do mantra, se torna Hare. Ao cantar Hare Krishna, portanto, estamos nos dirigindo primeiramente à potência interna do Senhor e solicitando a Radha que bondosamente nos ocupe a serviço do Senhor Krishna. Concentrarmo-nos em Krishna através de Seus nomes é uma forma desse serviço. Em outras palavras, é por meio de Radha que o sujeito obtém mais facilmente Krishna e o serviço a Krishna. Essa é a vantagem de nos aproximarmos do Senhor Krishna pela mediação de Radharani.
As descrições da beleza de Radharani são maravilhosamente poéticas e descritivas. Com efeito, os residentes de Vrindavana se importam mais com Radharani do que com o Senhor Krishna. Eles sabem que Krishna pode ser influenciado por meio de Radharani. Sabem que Radha pode levar a pessoa até Krishna. Ela também é a natureza compassiva do Senhor, motivo pelo qual é mais fácil aproximarmo-nos dEla do que nos aproximarmos diretamente do Senhor Krishna. E quando lemos as descrições de Radha, vemos que não há nada de espantoso em relação ao quanto são devotados a Ela. Por exemplo, explica-se que Srimati Radharani possui ilimitadas qualidades transcendentes, das quais vinte e cinco são principais. Estas são: (1) Ela é muito doce, (2) é sempre viçosamente jovem, (3) possui olhos inquietos, (4) sorri radiantemente, (5) possui linhas belas e auspiciosas, (6) faz Krishna feliz com Seu aroma corpóreo, (7) é muito perita em cantar, (8) Sua fala é encantadora, (9) é muito perita em brincar e falar de modo aprazível, (10) é muito humilde e meiga, (11) é sempre plena de misericórdia, (12) é esperta, (13) é perita na execução de Seus deveres, (14) é tímida, (15) é sempre respeitosa, (16) é sempre calma, (17) sempre grave, (18) é destra no desfrute da vida, (19) situa-Se no mais elevado nível de amor extático, (20) é o reservatório dos assuntos amorosos de Gokula, (21) é a mais famosa entre todos os devotos submissos, (22) é muito afetuosa para com pessoas mais velhas, (23) é deveras submissa ao amor de Suas amigas, (24) é a principal gopi e (25) sempre mantém Krishna sob Seu controle. Resumidamente; assim como Krishna, Srimati Radharani possui ilimitadas qualidades transcendentais. (Ujjvala-nilamani, Sri-radha-prakarana 11-15)
Descrevendo Srimati Radharani, Rupa Gosvami também diz em seu Vidagdha-madhava (1.32): “A beleza dos olhos de Srimati Radharani devor à força a beleza de flores de lótus azuis recém-desabrochadas, e a beleza de Sua face supera aquela de toda uma vastidão de lótus plenamente florescidos. Seu brilho corpóreo parece deixar até mesmo o ouro em uma situação dolorosa. É assim que a beleza maravilhosa e sem precedentes de Srimati Radharani está despertando Vrindavana”.
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Gokulananda (Krishna) e Radharani. Deidades do Bhaktivedanta Manor, Londres, Inglaterra.
“Embora a refulgência da Lua revele-se brilhante à noite, ela se apaga durante o dia. Similarmente, embora os lótus sejam belos durante o dia, eles se fecham à noite. Contudo, ó Meu amigo, a face de Minha amadíssima Srimati Radharani é sempre esplendorosa e bela, tanto ao longo do dia quanto ao longo da noite. Portanto, a que Sua face pode ser comparada?”. (Vidagdha-madhava 5.20)
“Quando Srimati Radharani sorri, ondas de júbilo tomam conta das maçãs de Seu rosto, e Suas sobrancelhas arqueadas dançam como o arco de Cupido. Seu olhar é tão encantador que é como um abelhão dançante, movendo-se irregularmente devido à intoxicação. Essa abelha mordeu o verticilo do Meu coração”. (Vidagdha-madhava 2.51)
Muitos dos grandes preceptores espirituais na linha vaishnava escreveram livros para explicar e glorificar o amor divino entre Radha e Krishna. Alguns deles são Jayadeva, Bilvamangala, Rupa Gosvami, Sanatana Gosvami, Krishnadasa Kaviraja, Raghunatha Dasa, Ramananda Raya, Prabhodananda Sarasvati e Bhaktivinoda Thakura.
Esse amor devocional a Deus, que é considerado o desenvolvimento mais elevado do despertar espiritual, é muito expresso através das artes, como pinturas, dança, poemas, música etc. Tais santos famosos por suas canções acerca do amor a Sri Krishna incluem Chandidas, Jayadeva, Surdas, Mirabai, Tulasidas, Tukaram, Narottama Dasa Thakura e muitos outros.
Há muito mais a se falar sobre Srimati Radharani, mas este conteúdo é o bastante por ora. Enfim, a troca espiritual de amor divino entre Radha e Krishna é a exibição da energia interna do Senhor, e é muito confidencial e difícil de entender. Nenhum materialista pode entender, mesmo que superficialmente, este tópico do relacionamento entre Radharani e o Senhor Krishna. Porém, quanto mais despertamos nosso amor dormente por Deus, que é o estado natural de ser para uma alma completamente desperta, mais podemos compreender e de fato entrar nessas trocas amorosas espirituais.
Fonte: Google e o livro das Deusas.
Daniel Carletti