Reich
definiu crescimento como o processo de dissolução da nossa couraça psicológica
e física, tornando-nos, gradualmente, seres humanos mais livres, abertos e
capazes de gozar um orgasmo pleno e satisfatório.
Reich
achava que a couraça muscular está organizada em sete principais segmentos de
armadura, que são compostos de músculos e órgãos com funções expressivas
relacionadas. Estes segmentos formam uma série de sete anéis mais ou menos
horizontais, em ângulos retos com a espinha e o torso. Os principais segmentos
da couraça estão centrados nos olhos, boca, pescoço, tórax, diafragma, abdome e
pelve.
De acordo
com Reich, a Energia Orgônica flui naturalmente por todo o corpo, de cima a
baixo, paralela à espinha. Os anéis da couraça formam-se em ângulo reto com
este fluxo e operam para rompê-lo. Reich afirma que não é por acaso que na
cultura ocidental aprendemos a dizer sim movendo a cabeça para cima e para
baixo, na direção do fluxo de energia do corpo, enquanto que aprendemos a dizer
não movendo a cabeça de um lado para o outro, na direção transversa da couraça.
A couraça
serve para restringir tanto o livre fluxo de energia como a livre expressão de
emoções do indivíduo. O que começa inicialmente como defesa contra sentimentos
de tensão e ansiedade excessivos, torna-se uma camisa-de-força física e
emocional. No organismo humano encouraçado, a Energia Orgônica é presa nos
espasmos musculares crônicos. Após a perda de um anel da couraça, o orgon do
corpo não começa de imediato a correr livremente. Logo que os primeiros blocos
da couraça são dissolvidos, nós descobrimos que, com os fluxos e as sensações
orgônicas, a expressão do “dar” se desenvolve cada vez mais. Entretanto,
couraças ainda existentes evitam seu desenvolvimento total.
A terapia
reichiana consiste em dissolver cada segmento da couraça, começando pelos olhos
e terminando na pelves. Cada segmento é uma unidade mais ou menos independente
com a qual se precisa lidar separadamente.
Três
instrumentos principais são usados para dissolver a couraça:
1.
Armazenamento de energia no corpo por meio de respiração profunda;
2. Ataque
direto dos músculos cronicamente tensos (por meio de pressão, beliscões e assim
por diante) a fim de soltá-los;
por diante) a fim de soltá-los;
3.
Manutenção da cooperação do paciente lidando abertamente com quaisquer
resistências ou restrições que emergem.
Os olhos
A couraça
dos olhos é expressa por uma imobilidade da testa e uma expressão “vazia” dos
olhos, que nos vêem por detrás de uma rígida máscara. A couraça é dissolvida
fazendo-se com que os pacientes abram bem seus olhos, como se estivessem com
medo, a fim de mobilizar as pálpebras e a testa, forçando uma expressão
emocional e encorajando o movimento livre dos olhos, fazer movimentos
circulares com os olhos e olhar de lado a lado.
A Boca
A Boca
O
segmento oral inclui os músculos do queixo, garganta e a parte de trás da cabeça.
O maxilar pode ser excessivamente preso ou frouxo de forma antinatural. As
expressões emocionais relativas ao ato de chorar, morder com raiva, gritar,
sugar e fazer caretas são todas inibidas por este segmento. A couraça pode ser
solta encorajando-se o paciente a imitar o choro, a produzir sons que mobilizem
os lábios, a morder e a vomitar e pelo trabalho direto com os músculos
envolvidos.
O Pescoço
Este segmento inclui os músculos profundos do pescoço e também a língua. A couraça funciona principalmente para segurar a raiva ou o choro. Pressão direta sobre os músculos profundos do pescoço não é possível, portanto, gritar, berrar e vomitar são meios importantes para soltar este segmento.
O Tórax
Este segmento inclui os músculos longos do tórax, os músculos dos ombros e da omoplata, toda a caixa torácica, as mãos e os braços. Ele serve para inibir o riso, a raiva, a tristeza e o desejo. A inibição da respiração, que é um meio importante de suprimir toda emoção, ocorre em grande parte no tórax. A couraça pode ser solta através do trabalho com respiração, especialmente o desenvolvimento da expiração completa. Os braços e as mãos são dos para bater, rasgar, sufocar, triturar e entrar em contato com o desejo.
O Diafragma
Este segmento inclui o diafragma, estômago, plexo solar, vários órgãos internos e músculos ao longo das vértebras torácicas baixas. A couraça é expressa por uma curvatura da espinha para frente, de modo que há um espaço considerável entre a parte de baixo das costas do paciente e o colchão. É muito mais difícil expirar do que inspirar. A couraça inibe principalmente a raiva extremada. Os quatro primeiros segmentos devem estar mais ou menos livres antes que o diafragma possa ser solto através do trabalho repetido com respiração e reflexo do vômito (pessoas com bloqueio intenso neste segmento acham virtualmente impossível vomitar).
O Abdome
O segmento abdominal inclui os músculos abdominais longos e os músculos das costas. Tensão nos músculos lombares está ligada ao medo de ataque. A couraça nos flancos de uma pessoa produz instabilidade e relaciona-se com a inibição do rancor. A dissolução da couraça, neste segmento, é relativamente simples, desde que os segmentos mais altos estejam abertos.
A Pelve
O Pescoço
Este segmento inclui os músculos profundos do pescoço e também a língua. A couraça funciona principalmente para segurar a raiva ou o choro. Pressão direta sobre os músculos profundos do pescoço não é possível, portanto, gritar, berrar e vomitar são meios importantes para soltar este segmento.
O Tórax
Este segmento inclui os músculos longos do tórax, os músculos dos ombros e da omoplata, toda a caixa torácica, as mãos e os braços. Ele serve para inibir o riso, a raiva, a tristeza e o desejo. A inibição da respiração, que é um meio importante de suprimir toda emoção, ocorre em grande parte no tórax. A couraça pode ser solta através do trabalho com respiração, especialmente o desenvolvimento da expiração completa. Os braços e as mãos são dos para bater, rasgar, sufocar, triturar e entrar em contato com o desejo.
O Diafragma
Este segmento inclui o diafragma, estômago, plexo solar, vários órgãos internos e músculos ao longo das vértebras torácicas baixas. A couraça é expressa por uma curvatura da espinha para frente, de modo que há um espaço considerável entre a parte de baixo das costas do paciente e o colchão. É muito mais difícil expirar do que inspirar. A couraça inibe principalmente a raiva extremada. Os quatro primeiros segmentos devem estar mais ou menos livres antes que o diafragma possa ser solto através do trabalho repetido com respiração e reflexo do vômito (pessoas com bloqueio intenso neste segmento acham virtualmente impossível vomitar).
O Abdome
O segmento abdominal inclui os músculos abdominais longos e os músculos das costas. Tensão nos músculos lombares está ligada ao medo de ataque. A couraça nos flancos de uma pessoa produz instabilidade e relaciona-se com a inibição do rancor. A dissolução da couraça, neste segmento, é relativamente simples, desde que os segmentos mais altos estejam abertos.
A Pelve
Este
segmento contém todos os músculos da pelve e membros inferiores. Quanto mais
intensa a couraça, mais a pelve é puxada para trás e saliente nesta parte. Os
músculos glúteos são tesos e doloridos, a pelve é rígida, “morta” e assexual. A
couraça pélvica serve para inibir a ansiedade e a raiva, bem como o prazer. A
ansiedade e a raiva resultam das inibições das sensações de prazer sexual, e é
impossível experienciar livremente o prazer nesta área até que a raiva tenha
sido liberada dos músculos pélvicos. A couraça pode ser solta primeiramente mobilizando
a pelve e fazendo com que o paciente chute os pés repetidas vezes e também bata
no colchão com sua pelve.
Reich
descobriu que à medida que seus pacientes começavam a desenvolver capacidade
para plena entrega genital, toda sua existência e estilo de vida mudavam
basicamente. Achava Reich que a unificação do reflexo do orgasmo também
restaurava as sensações de profundidade e seriedade. Os pacientes lembram-se do
tempo da sua primeira infância, quando a unidade de suas sensações corporais
não estava perturbada. Tomados de emoção, falam do tempo em que, crianças,
sentiam-se identificados com a natureza e com tudo que os rodeava, do tempo em
que se sentiam “vivos” e como finalmente tudo isto fora despedaçado e esmagado
pela educação.
Estes
indivíduos começavam a sentir que a rígida moralidade da sociedade, que
anteriormente reconheciam como certa, era uma coisa estranha e antinatural.
Atitudes em relação ao trabalho também mudavam de forma nítida.
Aqueles
que faziam seu trabalho como uma necessidade mecânica, via de regra largavam
seus empregos para procurar um trabalho novo e vital que preenchesse suas
necessidades e desejos interiores. Aqueles que já estavam interessados em sua
profissão, muitas vezes desabrochavam com energia, interesses e habilidades novas.
Obstáculos ao Crescimento
Couraça
Obstáculos ao Crescimento
Couraça
A Couraça
é o maior obstáculo ao crescimento segundo Reich. O indivíduo encouraçado seria
incapaz de dissolver sua couraça e, portanto, seria incapaz de expressar as
emoções biológicas primitivas. Ele conhece a sensação de agrado mas não aquela
de prazer orgônico. Ele não pode emitir um suspiro de prazer e, se tentar, irá
produzir um gemido, um berro reprimido ou um impulso para vomitar. Ele é
incapaz de deixar sair um grito de raiva ou imitar um punho atingindo o colchão
com raiva.
Reich
sentiu que o processo de encouraçamento havia criado duas tradições
intelectuais distorcidas, as quais formaram a base da civilização: a religião
mística e a ciência mecanicista. Os mecanicistas são tão bem encouraçados que
não têm idéia real de seus próprios processos de vida ou de sua natureza
interna. Eles têm um medo básico de emoções profundas, vivacidade e
espontaneidade. Eles tendem a desenvolver um conceito rígido e mecânico da
natureza e estão primariamente interessados nos objetos externos e nas ciências
naturais.
Comentando
sua idéia, achava que pelo fato de uma máquina ter que ser perfeita, por
conseguinte, o pensamento e as ações do homem da ciência também teriam que ser
perfeitos. Perfeccionismo é uma característica essencial do pensamento
mecanicista. Ele não tolera erros e incertezas, e as situações de mudança são
inoportunas. Mas este princípio, quando aplicado a processos da natureza,
inevitavelmente conduz à confusão, pois a natureza não opera mecanicamente, mas
funcionalmente.
Os
místicos não desenvolveram sua couraça tão completamente. Eles permanecem, em
parte, em contato com sua própria energia vital, e são capazes de grande
compreensão interna (insight) por causa deste contato parcial com sua
intimidade. Entretanto, Reich via essa compreensão interna (insight) como
distorcida, uma vez que os místicos tendem a se tornar ascéticos e
anti-sexuais, a rejeitar sua própria natureza física e a perder o contato com
seus corpos. Eles repudiam a origem da força vital em seus próprios corpos e
localizam-na numa alma hipotética, que eles sentem ter apenas uma tênue conexão
com o corpo.
Sobre os
místicos, achava Reich que no rompimento da unidade de sentimento do corpo pela
supressão sexual e no contínuo anseio de restabelecer contato consigo mesmo e
com o mundo, encontra-se a raiz de todas as religiões negadoras do sexo. Deus
seria a idéia mistificada da harmonia vegetativa entre o eu e a natureza.
Repressão Sexual
Repressão Sexual
Outro
obstáculo ao crescimento é a repressão social e cultural dos instintos naturais
e da sexualidade do indivíduo. Reich sentia que esta era a maior fonte de
neuroses e que ela ocorre durante as três principais fases da vida, ou seja,
durante a primeira infância, puberdade e idade adulta.
Os bebês
e as crianças pequenas são confrontados com uma atmosfera familiar neurótica,
autoritária e repressora do ponto de vista sexual. Em relação a este período de
vida, Reich basicamente reafirma as observações de Freud a respeito dos efeitos
negativos das exigências dos pais, relativas ao treinamento da toalete, às
auto-restrições e ao bom comportamento por parte das crianças pequenas.
Durante a
puberdade, os jovens são impedidos de atingir uma vida sexual real e a
masturbação é proibida. Talvez até mais importantes que isto, a sociedade em
geral torna impossível, aos adolescentes, lograr uma vida de trabalho
significativa. Por causa deste estilo de vida antinatural, torna-se
especialmente difícil aos adolescentes ultrapassar sua ligação infantil com os
pais.
Por fim,
na idade adulta, a maioria das pessoas se vê envolvida na armadilha de um
casamento compulsivo, para o qual estão sexualmente despreparadas. Reich também
salienta que os casamentos desmoronam em conseqüência das discrepâncias sempre
intensificadas entre as necessidades sexuais e as condições econômicas. As
necessidades sexuais podem ser satisfeitas com um e o mesmo companheiro durante
algum tempo. Também o vínculo econômico, a exigência moralista e o hábito
humano favorecem a permanência da relação matrimonial. Isso acaba resultando na
infelicidade do casamento. A situação familiar que se desenvolve segue de forma
a recriar a mesma atmosfera neurótica para a próxima geração de crianças.
Reich
sentia que indivíduos criados numa atmosfera que nega a vida e o sexo
desenvolvem um medo do prazer, o qual é representado por sua Couraça Muscular.
Essa Couraça do Caráter é a base do isolamento, da indigência, do desejo de
autoridade, do medo da responsabilidade, do anseio místico, da miséria sexual e
da revolta neurótica, assim como de uma condescendência patológica.
Reich não
era otimista demais no que dizia respeito aos possíveis efeitos de suas
descobertas. Ele acreditava que a maioria das pessoas, por causa de sua intensa
couraça, seria incapaz de compreender suas teorias e distorceria suas idéias.
Para ele, um ensino sobre a vida, dirigido e distorcido por indivíduos
encouraçados, irá acarretar um desastre final a toda a humanidade e às suas instituições.
O resultado mais provável do princípio da potência orgástica será uma
perniciosa filosofia de bolso, espalhada por todos os cantos. Tal como uma
flexa que, ao desprender-se do arco, salta firmemente retesada, a procura de um
prazer genital rápido, fácil e deletério devastará a comunidade humana.
A couraça
serve para nos desligar de nossa natureza interna e também da miséria social
que nos circunda. Natureza e cultura, instinto e moralidade, sexualidade e
realização são elementos que se tornam incompatíveis. A unidade e congruência
de cultura e natureza, trabalho e amor, moralidade e sexualidade, unidade esta
desejada desde tempos imemoriais, continuará a ser um sonho enquanto o homem
continuar a condenar a exigência biológica de satisfação sexual natural
(orgástica). A democracia verdadeira e a liberdade baseadas na consciência e
responsabilidade estão também condenadas a permanecer como uma ilusão até que
esta evidência seja satisfeita.
Corpo
Corpo
Reich,
como a grande maioria dos autores modernos, via mente e corpo como uma só
unidade. Aos poucos ele passou de um trabalho analítico, baseado apenas na
linguagem, para a análise dos aspectos físico e psicológico do caráter e da couraça
caracterológica, dando maior ênfase no trabalho com a Couraça Muscular e no
desenvolvimento de um livre fluxo de bioenergia.
Relacionamento Social
Relacionamento Social
Reich via
o relacionamento social como função do caráter do indivíduo. O indivíduo médio
vê o mundo através do filtro de sua couraça. Caracteres genitais, tendo
ultrapassado seu encouraçamento rígido, são os únicos verdadeiramente capazes
de reagir de forma aberta e honesta aos outros.
Reich
acreditava firmemente nos ideais comunistas enunciados por Marx, aclamando a
livre organização na qual o livre desenvolvimento de cada um se tornaria a base
do livre desenvolvimento de todos. Reich formulou o conceito de democracia do
trabalho, uma forma natural de organização social na qual as pessoas cooperam
harmonicamente para favorecer suas necessidades e interesses mútuos, e tentou
efetivar esses princípios no Instituto Orgon.
Vontade
Vontade
Reich não
se interessou diretamente pela vontade, embora tenha enfatizado a importância
de um trabalho significativo e construtivo. Um de seus princípios era de que
“você não precisa fazer nada de especial ou novo. Tudo o que você precisa fazer
é continuar o que tem feito: lavrar seu campo, manejar seu martelo, examinar
seus pacientes, levar suas crianças à escola ou ao parque de diversões, falar
sobre os fatos do dia, penetrar sempre mais profundamente nos segredos da
natureza. Todas essas coisas você já faz. Mas você pensa que nenhuma delas tem
importância… Tudo o que você tem a fazer é continuar o que você sempre fez e
sempre quis fazer: seu trabalho, deixar suas crianças crescerem felizes, amar a
mulher”.
Emoções
Emoções
Reich
descobriu que as tensões crônicas servem para bloquear o fluxo de energia
subjacente às emoções mais intensas. A couraça impede que o indivíduo
experimente emoções fortes e, portanto, limita e distorce a expressão de
sentimentos. As emoções deste modo bloqueadas não são eliminadas, pois jamais
podem ser completamente expressas. Segundo Reich, um indivíduo só se liberta de
uma emoção bloqueada experienciando-a de forma plena.
Reich notou também que a frustração do prazer, muitas vezes conduz à raiva e à fúria. Na terapia reichiana, em primeiro lugar é preciso lidar com as emoções negativas, para que os sentimentos positivos que elas encobrem possam ser completamente experienciados.
Intelecto
Reich notou também que a frustração do prazer, muitas vezes conduz à raiva e à fúria. Na terapia reichiana, em primeiro lugar é preciso lidar com as emoções negativas, para que os sentimentos positivos que elas encobrem possam ser completamente experienciados.
Intelecto
Reich se
opunha a qualquer separação de intelecto, emoções e corpo. Ele afirmava que o
intelecto é, na verdade, uma função biológica, e que ele pode ter uma carga
afetiva tão forte quanto qualquer emoção. Reich argumentava que o desenvolvimento
completo do intelecto requer o desenvolvimento de uma verdadeira genitalidade.
A primazia do intelecto pressupõe uma disciplinada economia de libido, isto é,
primazia genital. A primazia intelectual e genital têm a mesma relação mútua
que êxtase sexual e neurose, sentimento de culpa e religião, histeria e
superstição.
Acreditava
Reich que, via de regra, o intelecto opera como mecanismo de defesa, de tal
forma que a linguagem falada muitas vezes funciona também como uma defesa. Ela
obscurece a linguagem expressiva do núcleo biológico. Em muitos casos, isto vai
tão longe que as palavras já não expressam nada e a linguagem falada já não é
nada mais do que uma atividade sem sentido dos respectivos músculos.
Self
Self
Para
Reich, o Self é o núcleo biológico saudável de cada indivíduo. A maioria das
pessoas não está em contato com o Self por causa da couraça física e das
defesas psicológicas. Indagava Reich: “- O que é que impedia uma pessoa de
perceber sua própria personalidade (Self)? Afinal, a personalidade (himself) é
o que a pessoa é. Gradualmente comecei a entender que é o ser total que
constitui a massa compacta e obstinada que obstrui todos os esforços da
análise. A personalidade inteira do paciente, o seu caráter, a sua
individualidade resistiam à análise”.
Segundo
Reich, a interação de impulsos reprimidos e forças defensivas repressoras cria
uma terceira camada entre as duas correntes libidinais opostas: uma camada de
falta de contato. Esta falta de contato não está interposta entre as duas
forças. É antes, uma expressão da interação concentrada das duas.
O contato
requer um livre movimento de energia. Ele só se torna possível quando o
indivíduo dissolve sua couraça e torna-se plenamente consciente do corpo e de
suas sensações e necessidades, entrando em contato com o núcleo, os impulsos
primários. Enquanto há a presença de bloqueios, o fluxo de energia e a
consciência são restritos, e a autopercepção é bastante diminuída e distorcida.
Terapeuta
Terapeuta
Além de
treino na técnica terapêutica, o terapeuta deve ter feito um progresso
considerável em seu crescimento e desenvolvimento pessoais. Ao trabalhar tanto
psicológica quanto fisicamente com um indivíduo, o terapeuta deve ter superado
todos os medos de sons sexuais abertamente emitidos e do “ondular orgástico”,
livre movimento de energia no corpo.
Baker, um dos principais terapeutas reichianos nos Estados Unidos, recomenda que nenhum terapeuta deveria tentar tratar pacientes que tenham problemas que ele não foi capaz de solucionar em si mesmo, e nem deveria esperar que um paciente faça coisas que ele não pode fazer e que não foi capaz de fazer. Outro reichiano eminente escreveu que o pré-requisito indispensável em qualquer método usado pelo terapeuta para libertar as emoções contidas na musculatura é que ele esteja em contato com suas próprias sensações e que seja capaz de empatizar completamente com o paciente e de sentir em seu próprio corpo o efeito das constrições particulares da energia do paciente.
Baker, um dos principais terapeutas reichianos nos Estados Unidos, recomenda que nenhum terapeuta deveria tentar tratar pacientes que tenham problemas que ele não foi capaz de solucionar em si mesmo, e nem deveria esperar que um paciente faça coisas que ele não pode fazer e que não foi capaz de fazer. Outro reichiano eminente escreveu que o pré-requisito indispensável em qualquer método usado pelo terapeuta para libertar as emoções contidas na musculatura é que ele esteja em contato com suas próprias sensações e que seja capaz de empatizar completamente com o paciente e de sentir em seu próprio corpo o efeito das constrições particulares da energia do paciente.
Reich era
ele próprio considerado um terapeuta brilhante e teimoso. Mesmo sendo um
analista ortodoxo, ele era extremamente honesto e até brutalmente direto com
seus pacientes. Nic Waal, um dos melhores psiquiatras da Noruega, escreveu o
seguinte a respeito de suas experiências em terapia com Reich:
“- Eu era
capaz de suportar ser subjugado por Reich porque eu gostava da verdade. E,
coisa bastante estranha, eu não era subjugado por isto. No decorrer de toda
esta atitude terapêutica em relação a mim, sua voz era amorosa e ele sentava-se
a meu lado e fazia-me olhar para ele. Reich me aceitava e subjugava apenas
minha vaidade e minha falsidade. Mas eu entendi, naquele momento, que a
honestidade e o amor verdadeiros, tanto de um terapeuta quanto dos pais, por
vezes é a coragem de ser aparentemente cruel sempre que necessário. Entretanto,
isto exige muito do terapeuta, de seu treinamento e de seu diagnóstico.”
* –
baseado no livro “Teorias da Personalidade”- J. Fadiman, R. Frager – Harbra –
1980
para saber mais: Tipos Psicológicos – C.G.Jung – Zahar Editores – RJ – 1980
para saber mais: Tipos Psicológicos – C.G.Jung – Zahar Editores – RJ – 1980
Que beleza de contribuição. Obrigado mais uma vez Dani Carletti. Abraço.
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