sexta-feira, 22 de março de 2019

Saiba como praticar o sexo Tantrico


O Maithuna

Ato sexual ritualizado, é o processo final, onde se é necessário uma preparação anterior muito séria e competente através do Yoga Tântrico ou outras práticas Tântricas – Tantra Sadhána.
O maithuna é considerado como o auspicio maior de todas as cerimônias tântricas, é a mais poderosa e secreta técnica mística de todos os tempos. Essa técnica também é conhecida como Shaktização pois os praticantes encarnam a consciência de Shakti a grande mãe ou se busca a união dos princípios masculinos e femininos – os opostos. É o Maha Mudrá (grande gesto) onde homem-Shiva e mulher-Shakti se tornam um (1).
Muitos no Ocidente consideram o Maithuna como simples magia sexual, onde se busca o aperfeiçoamento sexual e erótico entre as pessoas, não compreendem, ainda, a magia ritualística contida no mesmo. Como exemplo podemos definir que quem não observa o que está por de trás das imagens, vê até o batismo cristão, tão somente, como um banho de água na criança, o que é lamentável. Sabemos da inverdade disso, pois para melhorar a conduta sexual temos outros caminhos descritos em manuais orientais, sobre como fazer amor, conhecidas como Ananda ranga, Vatsyayana e o manual muçulmano de posições sexuais chamados de Kama Sutra. O que podemos afirmar com ênfase é que não se deve confundir esses manuais sexuais com o Maithuna.
Maithuna é uma técnica muito especial, que permite elevar nossa sensibilidade a tal potência que é impossível descreve-la. O tântrico observador da natureza íntima contida em tudo no universo, procura na união dos pólos opostos à unidade maior, sem se ocupar em confusões de abordagem ética e moral. O tântrico é um libertário. Busca a transcendência do eu através da força máxima do universo que está contida nos mistérios sexuais e esses mistérios estão contidos dentro e fora do homem. São os impulsos magnéticos, a atração magnética, o amor e a atração entre os opostos. São o animus e a anima em busca da perfeição.
Durante a prática (shadaná) o homem assume o papel de Shiva e a mulher de Shakti e ambos realizam o maha yantra (grande símbolo) que os une em Purusha (consciência cósmica). A prática eleva a grande mãe kundalini pelo canal Sushuma e ilumina a consciência tocando os centros superiores. Nesse capítulo descrevemos alguns tópicos do maithuna.

Angas – Partes da Liturgia 

UNIÃO

O Tantra de esquerda ensina que o ritual de maithuna deverá ser realizado com pessoas estranhas, pois assim haveria um maior potencial de erotização. No Tantra de direita pouco se pratica o Maithuna e quando isso ocorre é feito com a parceria fixa, ou seja alguém casado ou namorando-se a tempos. Na escola de linha do meio é permitida a opção de escolha pessoal, respeitando a transcendência de valores mundanos e egoístas. De toda forma é ideal é que haja no Maithuna um compromisso, seja ele como uma união amorosa ou de mestre para discípulo. Isso é claro no texto do Mahanirvana Tantra: “O casamento sob a lei de Shiva são de dois tipos. Um é terminado na conclusão do rito e o outro tem a duração de uma vida. Ambos requerem um alto nível de compromisso. Quando é declarado em voz alta: “Aprove o nosso casamento de acordo com a lei de Shiva”; o compromisso de um casamento é verdadeiramente assumido.” Medite nesse texto até incorporar esse ideal a suas práticas.

ESCOLHENDO O DIA DA PRÁTICA

No geral as Shaktis estão em períodos altamente energéticos para o maithuna no pré e pós menstrual, apesar de que a praticante adiantada de Tantra poderá criar condições energéticas sempre que desejar. Na lua cheia Shakti tem mais potência sexual e na lua crescente Shiva está mais viril. Na lua nova, ambos estão relativamente sexuais e na minguante a energia pode não estar muito propícia.
Dias considerados mágicos para o Tantra é o 5° dia de lua cheia e o 5° dia da lua crescente. Quanto a horários Shiva é mais energético nos períodos solares e as Shaktis aos lunares. Para se manter mais prolongada a atividade sexual o melhor horário é das 13:00 hs as 23:00 hs principalmente para o Shiva que deverá ser aquele que mais necessita reter a atividade orgástica.
Outra boa dica é respeitar o horário de nascimento de um dos praticantes que é um momento mágico e com grande potencial energético do dia. Faça amor nessa hora.
A Shakti na TPM deve praticar o Maithuna e assim a tensão aliviará, ainda usará a força muitas vezes raivosa ou depressiva como energia potencial.
Precaução
É interessante que o Maithuna não seja interrompido. Determine o tempo em que irá realizá-lo e certifique-se que não haverá interrupções. Existem rituais de 2 horas até 21 dias dentro de escolas tantricas (não pensem que estou exagerando).
BHUTA PASHARANA – Limpeza do Templo Externo
Pode-se iniciar a limpeza do ambiente usando: incensos de boa qualidade (um dos melhores incensos do planeta chama-se Kali. um copo de água com sal marinho ou grosso que atuará como um absorvente de energias astrais inconvenientes para o ambiente, (o sal e água depois de 21 dias deverão ser jogados fora) e ainda a colocação de músicas de Sitar ou mantram mesmo quando não houver ninguém no ambiente para o mesmo ficar com a vibração desses sons sagrados.
Para uma limpeza ainda mais atuante você poderá queimar sal em pira de metal com carvão. Essa é uma técnica que atua tão positivamente em “ambientes pesados” que sempre indicamos sua utilização em locais de muito movimento ou em banheiros.

O AMBIENTE – Trono do Amor

Crie um santuários exterior. O ambiente deve agradar a ambos e a falta de imaginação dos ambientes ocidentais pode ser alterada com tapeçarias, cortinas, ornamentos, imagens de Shiva e Ganesha, e utilização de aromas estimulantes e objetos que seus olhos reconheçam beleza. As cores também atuam na atmosfera do ambiente – o vermelho e o laranja são estimulantes e o violeta e azul escuro induzem a um estado emotivo.
O local deverá ser arejado, limpo, com muito espaço, o chão macio e ter toalhas, lenços umedecidos e de papel e cobertores.
A cama confortável e firme deve estar próxima ao chão com tapetes grandes e almofadas espalhadas e travesseiros e tapetes limpos. Plantas e flores darão um clima de naturalidade, além de materiais orgânicos como artesanatos feitos à mão, seda e travesseiros de pena. Velas coloridas colocadas em castiçais de bom gosto, auxiliam na arte do ambiente e são fundamentais.
A luz elétrica é desaconselhável, mas em último caso use lâmpadas de 20 volts escolhendo entre o verde (saúde) ou o laranja (energia). Utilize sempre os quatro elementos em forma de altar: Fogo (vela de cera, um arquétipo que significa o fogo interior que se manifesta como exterior), Ar (incensos), Água (mineral em um cálice) e Terra (flores vivas ou cristais) e outros objetos que desejar colocar nesse espaço sagrado. As luzes das velas (símbolo arquétipo) combinadas com espelhos criam imagens lindas e favorece os tons da pele, ou ainda para dar um toque erótico a certas partes do corpo.
Escolha muito bem as músicas. As new age de Ennya, Lorenna, Laize-Om, Aurio Corra e Yani são algumas das que recomendo. Som de sitar limpa as nadis. Beethoven é curativo do físico, Mozart nos coloca conscientes do momento presente, Bach é romântico, as 4 estações de Vivaldi é muito recomendada, Valsas atuam no carinho, os mantram de Krishna Das dão um toque hindu a liturgia.
Fazer amor na natureza é perfeito, pois os lagos, campos, praias, já propiciam o ambiente certo, enfim em comunhão com a natureza.
No Ananga Ranga está escrito:
“Decore as paredes do quarto de amor com belos quadros e outros objetos sobre os quais os olhos possam repousar com prazer. Espalhe alguns instrumentos musicais e sucos, água de rosas, essências, leques e livros contendo ilustrações de posições amorosas. Luzes esplendidas devem brilhar, refletidas por largos espelhos, e nem o Shiva nem a Shakti devem sentir qualquer reserva ou vergonha, entregando-se em completa nudez a suas paixões não reprimidas, sobre uma bela cama, decorada com úteis travesseiros e coberta com um dossel. Os lençóis devem ser cobertos com algumas flores e perfumados, e deve-se queimar incenso doce. Em tal cenário, o Shiva, subindo ao trono do amor, deve possuir a Shakti com tranqüilidade e conforto, realizando todos os desejos e caprichos do casal”.
Você ainda poderá colocar pedras coloridas enfeitando o ambiente, símbolos do OM, óleos para ungir, castiçais, alguns hibiscos que uma das flores símbolos do Tantra, imagens de lingans e yonis e tudo que sua criatividade permitir.
Padma Purana, ensina:
“Uma vez Shiva disse a Parvati: “Minha querida, eis aqui uma bela casa. Vá ungir-se com pasta de sândalo, e enquanto as abelhas zumbem e o Sol se põe, nó dois faremos amor em uma cama deliciosa coberta de flores. Terei muito prazer em beijar-lhe os lábios vermelhos e brilhantes, e em acariciar-lhe o corpo.

VESTUÁRIOS

Nada de materiais sintéticos e botões, zíper, nós, prepare-se adequadamente. Evite cintos, pois evita a circulação do manipura chackra, utilize roupas de seda ou cetim com desenhos simples como quimonos ou pijamas indianos, ou ainda robes, tudo simples e de bom gosto proporcionando prazer ao toque da pele. Não utilize animais mortos em contato com o corpo. Lembre-se, couro é animal. A Shakti deve usar vermelho,pois esta é uma cor excitante para Shiva, esse por sua vez utiliza a cor violeta por suas propriedades metafísicas tão apreciadas pelas Shaktis.Da mesma forma que você se prepara para um grande evento, prepare-se para o que pode ser a maior revelação da tua vida.
O PERFUME DO JARDIM
No ritual do maithuna, o mais puro óleo de jasmim é colocado nas mãos, óleo de patchouli no pescoço e faces, âmbar ou almíscar sintéticos nos seios e nos órgãos sexuais; extrato de valeriana no cabelo, óleo de sândalo nas coxas e perfume de açafrão nos pés da Shakti. No Shiva aplica-se sândalo na testa, pescoço, barriga, peito, genitais, braços, pernas e pés. No kalikapurana lemos: “Que Aqueles que presenteiam Shiva com guirlandas de flores, do oleando ou do jasmim de doce perfume, obtenham o objeto de seus desejos.”
Utilize sândalo (estimula todos os chakras), Patchouli (estimula Shiva), Almíscar-Musk (estimula Shakti), Tulasi (confere força física), Mogra (favorece o romance) e Violeta, Jasmim, Rosas (são ativadores da energia amorosa).
Diante da dificuldade de encontrarmos todas essas essências, utilize-se de algumas. A mestra de meditação Diana Prem Zeenat confeccionou com o perfumista Roberto da Portalle o perfume Tantra Prem que é absolutamente recomendável em suas práticas. Sua fórmula é secreta, mas contém uma série de elementos estimulantes e afrodisíacos não encontrados em formas aromáticas comerciais.
Você poderá pingar uma gota dessa essência na máquina de lavar. Todo tantrico é conhecido por ser muito perfumado (só não exagere).

BANHOS – o sagrado do planeta água.

Na filosofia tantrica a limpeza corporal é importantíssima.
O banho de imersão, chuveiro ou, se estiverem na natureza, de cachoeira ou mar – devem ser com a utilização de sabonetes neutros e esponjas naturais. No Tantra temos 5 banhos considerados mágicos:
1° – Ervas purificadoras conhecidas como desembaraço
2° – Banhos com água e sal
3° – imersão em água quente e depois fria – esse banho é altamente energético estimulando absorção de Prana.
4° – Banho de calor – seco ou úmido.
5° – Banho de cobertor. Há também o banho de Sol em horários saudáveis aonde o corpo deve estar absolutamente nu.
O banho não é só um hábito higiênico e sim um processo de purificação física e emocional.
Inicie na cabeça e mãos e termine pelos pés ou de forma inversa.
Os tântricos, antes de banhar-se seja em cachoeiras, lagos, rios, mar ou até no chuveiro, evocam Vishnu – O Deus das águas.
É comum a realização de maithuna dentro de água.
Deve-se primeiro banhar o corpo com água corrente; depois aplicar perfumes ou enfeites. Este tipo de banho deve ser combinado com controle de respiração. O efeito é destruir a impureza interior e exterior, e preparar a pessoa para a espiritualidade.
Lakshmi Tantra

YOGANIDRA – Sono ou relaxamento

Durante os dias de prática, ou não, o sono é um fator de equilíbrio. Quando pratiquei um maithuna longo, na preparação afastei-me da cidade grande afim de dormir adequadamente.
Algumas dicas:
– Utilizar cores relaxantes no ambiente de dormir. Aromatize-o com lavanda.
– Antes de dormir alimentar-se somente de frutas.
– Os parceiros devem manter contato mútuo durante o sonho, seja com um simples encostar de mãos ou com a posição tantrica de nutrição aonde o casal abraça-se por trás.
– Durma nu e faça algum relaxamento profundo antes de deitar-se. Recomendo o CD Relax – reprogramação emocional – da Uniyoga, que utilizei com muito sucesso por muitos anos.
– Descubra a quantidade de sono ideal a você.
O espírito humano tem duas moradas. Este mundo e o eterno além. Existe também um terceiro mundo, o sempre mutante mundo dos sonhos. Quando o espírito está na terra dos sonhos, então todos os mundos pertencem a este espírito.
Upanishad

MANTRA TANTRA  – A CIÊNCIA DO SOM

Mantra é a vocalizações de sons de poder e metafísicos que no maithuna são utilizados como estimuladores dos Chakras e de limpeza dos nadis, sendo as principais a afetiva, sexual e a força física.
Em meu livro Mantra a Metafísica do Som, ensino mais de 500 sons tântricos. Aqui descrevo os principais para sua prática, mas você poderá utilizar outros se conhecer, evitando somente misturar sons de outras tradições. Durante toda a pratica do maithuna é interessante que o casal pratique mantra a maior parte do tempo. Assim não deixará a mente solta, viajando caoticamente ao passado e ao futuro.
Mantras principais e seus atributos
Om Sri Gam – força, poder, desperta a sexualidade e o desejo.
Om Sri Klim – atua no afetivo, amor e compaixão
Om Klim Krom – felicidade e consciência.
Om Namah Shivaya – estimula energia masculina e o poder de Shiva.
Om Namah Shaktiaya – estimula energia feminina e o poder de Shakti.
Om Tat Sat – manifestar quem eu sou.
Om Shanti – paz, recolhimento e aquietamento.
Om Klim Krishnaya Namah – afetividade e força.
Pratique ainda o Anahata-Dhivani – que pe conhecido com som silencioso. Simplesmente observe os pensamentos e a mente.
Desejando estimular os chakras durante o ritual, coloquem as mãos em cada chakra da parceria e entoe os bijam-mantram na ordem crescente de força.
1ª semana – lam, vam, ram, yam, ham, om, entoando somente 1 vez cada som
2ª semana – lam, vam, ram, yam, ham, om  entoando 8 vezes cada som de cada chakra. Ex: Toque no Muladhara e repita lam 8 vezes, só passando então para o próximo.
3ª semana – om lam, om vam, om ram, om yam, om ham, om da mesma forma que o anterior.
Outra prática é o mantra gayatri é absolutamente recomendado a quem é iniciado no Tantra. Ele é considerado o mais completo e poderoso Som de Poder.
Om Bhur Bhuva Swaha
Tat Savitur Varenyan
Bhargo Deva Swa Dhimahi
Dhyo Yo Nah Prachodayato
Sendo esse um mantra longo consulte um praticante para aprender a pronuncia correta.

Mantra OM – A FORÇA PROCRIADORA DO COSMO

“Om: meditando só sobre esse som,  a mente funde-se nele para passar por
dentro do éter  da pura consciência.”
Nada Bindu Upanishad
A sílaba Om considerada o som primordial do universo, o princípio, meio e fim. Segundo o Mandukya UpanishadOm é aquele que existe, que existiu e existirá sempre. O Om é tudo: está, ao mesmo tempo, dentro e fora de tudo. É chamado na Índia por mátriká mantra, o som original, mãe de todos os sons. É o mais conhecido de todos os bija mantra, capaz de tocar a essência de Ishwara, o Supremo e infinito. Entoado corretamente, tem o poder de estimular os vários corpos do Shiva. Poucos, ao pronunciar ou escutar o mantra Om, conseguem ficar indiferentes.
Om é o símbolo de vários ramos de yoga e do tantra. No ocidente é moda entre buscadores os adesivos, camiseta e fotos do Om.
Naquele desenho que parece o número 30
Om é uma sílaba constituída por três letras: A, U e M.
As letras A e U formam O, pronunciando-se Om. Essas três letras representam os três estados de consciência humana: sono, sonho e vigília. A letra A se relaciona com o estado desperto, quando se começa o som. U representa todo estado sutil, o sonho; e M todo o mundo causal, já que tudo se dissolve no M, no sono profundo.
O Om grafado é um yantra (símbolo). Somente ao ser vocalizado torna-se um mantra.
Dentro do símbolo há ainda os cinco elementos do universo — terra, fogo, ar, água e éter.
Conforme o erudito hindu Pranavopanishad, o A é nirman (criação de tudo), é Brahma, o criador e a Terra. U é shiti (conservação do universo), é Vishnu, o preservador. O espaço M é pralaya(transformação do universo), é Shiva, o destruidor e a iluminação.
Sendo o som mais completo, sua prática é absolutamente adequada ao Maithuna.

Práticas do mantra Om – As 7 formas tantricas

Vocalizações

A respiração deve ser profunda e sempre regular. O mantra se faz na expiração, sem tremor de voz. A nota musical deve ser a mais natural possível, mas para isso é preciso relaxar o corpo ao máximo. O som  começa com a boca aberta, mantendo a língua no palato mole (fundo do céu da boca) e a garganta relaxada. O som vem do centro do crânio, fazendo vibrar a garganta e o peito. Tente levar a língua mais para trás, mantendo a boca aberta e o som se transformará num “O”. Ainda sem fechar a boca, a língua prende a passagem de ar, que ao sair pelas narinas, faz o som se tornar-se um M, vibrando intensamente no crânio. Utilize as mãos para sentir a vibração passando do peito para a testa.
Outra maneira de entoar o mantra é começar pela letra O, emitindo seu som com a boca bem aberta e a musculatura do rosto completamente relaxada. Depois, deve-se emitir um M prolongado e ir baixando o tom de voz até sumir por completo.
O aperfeiçoamento das vocalizações depende da persistência. Dessa forma se desenvolvem também muitos poderes psíquicos.
Há ainda sete formas de pronunciar o mantra Om que poderão ser aprendidas com yoguins e praticantes tântricos. A seguir há algumas dicas que podem facilitar as pesquisas e a consulta de praticantes.

1ª prática: Repetição do som Om – Om – Om – Om – Om… por muito tempo. Estimula a concentração e meditação.
2ª prática: Ooommm (contínuo). Estimula os poderes dos tantricos (sidhis).
3ª prática: Óm. Dar ênfase à letra Ó. Fornece grande vibração na caixa craniana para o ajnã chakra.
4ª prática: Om. É um sopro com o Om (soltando-se o ar). Pode-se enviar mentalmente esse som para qualquer pessoa, animal ou objeto com a intenção de harmonia.
5ª prática: Ohmmmmmm. Inicia-se com a boca fechada, concentra-se no M contínuo. Essa prática recarrega as energias.
6ª prática: Àaâòoôùuûmmm (com todos os fonemas). Efeito global, atua desenvolvendo e energizando todos os corpos, nadis e chakras, permitindo vários estados de consciência.
7ª prática: Õõõõmmmm… Esse Om contínuo é o mais poderoso, o único que não se pode fazer sozinho, mas sempre em grupo, pois quando uma pessoa termina a outra começa.
Durante suas práticas de Maithuna escolha um ou dois mantram no máximo e uma prática do som OM.

PRANAYAMAS

(Respiração e ciência da vida)


A respiração, o pensamento e o sêmen são os três constituintes do Potencial de Iluminação. Devem ser harmonizados e conscientemente controlados. O iogue que combina respiração, pensamento e sêmen torna-se o Indestrutível, dotado de espontaneidade trancedental. Kalachakra Tantra
Prana é pode ser traduzido por energia da vida, Yama é controle, assim Pranayama é o domínio da energia que está contida no sol, ar, alimentos, pessoas, em tudo. Aqui praticaremos técnicas respiratórias adiantadas, vá aos poucos. Na escola tântrica se trabalha o maior número de tempo possível com retenção de ar (kumbhaka) e pouca retenção sem ar.
Pranayamas – Exercícios respiratórios
Todos os pranayamas devem ser praticados respeitando os limites físicos de cada um, sem causar desconforto ou ansiedade.
Os exercícios aqui descritos estão no mesmo tempo que varia de acordo com sua capacidade pulmonar, por isso o quadro demonstra as opções para praticar:

Inspiração Retenção com Ar Expiração
Tempo (Regra básica) 1 4 2
Segundos 4 16 8
Segundos 3 12 6
Faça a primeira inspiração contando o seu ritmo natural. Se você leva segundos para inspirar este é o tempo base para o resto do exercício.
O tempo é sempre 1, 4, 2 (ins, ret, exp respectivamente).
Se a inspiração leva 6 segundos, a retenção será 6 x 4 = 24 segundos e expiração 6 x 2 = 12 segundos. Assim o enercício se adapta a 99 tipo de praticante, iniciante ou avançado.
Se você começar num ritmo e precisar mudar tanto para menos ou para mais é só respeitar a regra base.

Pranayama para Distribuição de Energias:

. Deite-se de costas
. Posicione as mãos sobre o abdômen.
. Inspire contando 1 tempo e mentalizando que o prana se distribui por todas as células, membros, veias
. nervos, artérias, músculos do seu corpo e para região genital.
. Retenha o ar contando 4 tempos e sinta os efeitos da mentalização
. Expire, contando 2 tempos.
* Esse pranayama deve ser feito em todos os momentos de falta de energia.
Pranayama para a Energização da Água (ou vinho ritualistico)
. Inspire elevando um copo de vidro ou cristal cheio de água com a mão direita
. Retenha o ar mantendo o copo no alto
. Expire e despeje a água num copo vazio que deverá estar em sua mão esquerda
. Mentalize que o prana está contido na água
Pranayama para a Energização da Água (ou vinho ritualistico)
. Inspire elevando um copo de vidro ou cristal cheio de água com a mão direita
. Retenha o ar mantendo o copo no alto
. Expire e despeje a água num copo vazio que deverá estar em sua mão esquerda
. Mentalize que o prana está contido na água
Bhástrika – Aumento da Energia Corporal
. Inspire e expire pelas narinas rápida e vigorosamente, produzindo bastante barulho e expulsando o ar com força cuidado para não chacoalhar os ombros ou contrair os músculos da face durante o pranayama
* Obs.: esse pranayama deverá ser praticado com relativa Moderação, para que não cause distorções na velocidade cardíaca (arritmia).
Kumbhaka Bandha
. Inspire fazendo uma respiração completa, contando até quatro e inclinando a cabeça para trás
. Execute o jiva bandha colocando a língua dobrada no céu da boca.
. Retenha o ar contando até dezesseis
. Expire fazendo a respiração abdominal completa contando até oito
* Obs.: esse pranayama estabiliza as ondas mentais e pode conduzir o praticante ao samádhi provisório (pequena iluminação)
Sukha Purvaka
. Posicione as mãos em jnãnã mudra
. Com o dedo médio da mão direita, obstrua a narina direita
. Inspire pela narina esquerda, 1 tempo enquanto medita o som OM SRÍ KLIM
. Retenha o ar nos pulmões, 4 tempos enquanto medita no som OM SRÍ GAM
. Obstrua agora a narina esquerda, expire pela narina direita em dois tempos, meditando no som OM SRÍ SRIM
. repita algumas vezes a sequência agora iniciando inspirando pela narina direita.
* Obs.: esse pranayama atua no humor do praticante, purifica as nadis e contribui para o despertar de kundalini. Além disso, pode ser praticado por toda a vida, pois proporciona saúde.
Ainda com a prática contínua, é possível aumentar o tempo em cada fase. Exemplo: 3/12/6, 4/16/8.
Pranayama para Auto tratamento e energização
. Sente-se com a coluna ereta (tempo 1. 4. 2)
. Inspire contando 1 tempo.
. Retenha o ar contando 4 tempos.
. Expire contando 2 tempos.
* Obs.: ao inspirar, mentalize que está absorvendo prana e que este se dirige para onde a cura se faz necessária, na retenção do ar, pouse as mãos na parte afetada e, ao expirar, mentalize que o prana flui de suas mãos e extirpa o problema
Shiva – Skakti Pranayama – Polaridade Tantrica
  1. a) O casal senta-se com a coluna ereta, pernas cruzadas, frente  a frente com as mãos.
  2. b) Ambos aproximam seus rostos e conseqüentemente as narinas e quando um expira o outro inspira seu alento.
  3. c) Após alguns minutos de prática, entoas juntos o mantra OM SRI KLIM e um leva a mão do outro em contato com o coração.
Pranayama – Ativação energética de chakras e kundalini
  1. a)O casal senta-se frente a frente com as mãos em pronam mudrá (palma contra palma ambas a frente do peito).
  2. b) Ambos vocalizam oito vezes o bija dos ckakras de baixo para cima (Lam, Vam, Ram, Yam, Ham e Om) tocando-se mutuamente nos respectivos chakras.
  3. c)Dêem as mãos polarizando. Mão esquerda toca a direita e vice-versa
  4. d) Fiquem alguns instantes em silêncio
  5. e) Terminem com o mantra OM SRÍ GAM
 YANTRA PRANAPRATISTHA
É um símbolo que representa o corpo de uma divindade, elemento ou energia.
A cruz cristã representa o corpo de cristo, os tântricos utilizam os yantras na meditação como uma área sagrada com força egregorial. Uma representação do macrocosmo.
Ele também atua como um talismã de energias auspiciosas e proteção, mas sua função principal é a contemplação e interiorização ao símbolo.
Shiva com o dedo médio, ou pincel, desenha sobre o solo onde o casal estiver praticando o maithuna, um triângulo feminino com a ponta para baixo e a Shakti desenha, do mesmo modo, um triângulo masculino sobreposto ao de Shiva. O casal poderá, somente com autorização de um mestre tântrico fazer a prática do maithuna no centro do símbolo, se não houver autorização, o deixe ao lado esquerdo de Shakti. Leve esse conselho a sério. Não seja um curioso.
Bindushuddhi
Shiva marca a testa de Shakti, com o dedo indicador, o sinal da iluminação no formato de um ponto vermelho fogo entre as sobrancelhas. Shakti marca a testa de Shiva com símbolos masculinos como por exemplo um tridente, um ponto no meio de três traços horizontais ou ainda uma lua com um ponto em cima
Cada UMA dessas figuras geométricas possuem atributos metafísicos próprios e um potencial energético chamado Akkriti Shakti. São utilizados em liturgias a iniciações.
Shri Yantra O mais completo yantra tantrico. Conduz ao Samadhi
Vocês pode deixar esses Yantras no ambiente no Maithuna e voltar seu olhar para os mesmos durante o ritual afim de estimular seus elementos internos.
BHUTA SHUDHI – Limpeza do tem 
Para preparar o organismo para aproveitar todo o potencial orgástico e místico da prática é necessário que as nadis estejam limpas e isso se realiza em toda a pratica já apresentada de pranayamas, mantram, asanas e os kriyas que são técnicas de purificação orgânica consideradas pela escola de mão-direita do Tantra como fundamental. Na escola Kaula, a alimentação é o mais importante.
*Kriyas – Limpezas do Corpo Físico
*Jalabasti – limpeza intestinal com introdução de água.
*Dhauti – limpeza do estomago com água e sal.
*Nauli – limpeza do intestino com movimentos corporais e massageamento.
*Kapalabhati – limpeza das fossas nasais com respiração.
*Jalaneti – limpeza das fossas nasais com água morna
*Trataka – exercícios e massageamento nos olhos.
*As – práticas citadas acima só devem ser realizadas com o acompanhamento de instrutores de yoga. Assim não dou maiores detalhes das mesmas.
A purificação não deve somente ocorrer no corpo físico. “Limpar” as emoções indesejáveis na prática como medo, ciúmes, raiva, mágoas, rancores, ódios, etc. é de suma importância. Como faze-lo? “Sente-se na paz” como ensina-se no tai-chi, e somente observe esses sentimentos / pensamentos, passando por sua mente. Não se envolva com os mesmos e respire fundo concentrando-se no respirar. Acalme-se e o próprio tempo te relaxará (acostume-se a realizar essa prática antes de dormir ao menos por 5 minutos).
ANNA TANTRA – alimentação sagrada
Veja sempre o Tantra como um sistema libertário que na maioria de suas escolas nada proíbem em alimentação apesar de incentivarem algo muito natural próximo ao Lacto-Vegetariano a seus praticantes que necessitam de uma purificação corporal visto que os que alimenta-se de carne (principalmente vermelha), embebedam-se, fumam, não se lavam adequadamente, etc. são considerados intoxicados e não aptos a praticas adiantadas.
Entenda os tipos alimentares na ordem do menos ao mais recomendável.
1a. – Carnivorismo ou Carniceirismo
Consumo exclusivo de carnes. Esse modelo alimentar pode se subdividir numa outra classe, o “carnicerimento”, praticado por abutres e hienas. Algumas escolas tantricas proíbem todas as carnes, outras somente as vermelhas.
2a. – Omnivorismo
Aqui alimenta-se de componentes de todos os grupos: carnes, vegetais, ovos, etc. Esse grupo inclui também os antropófagos. Tanto nesse grupo como no acima alimenta-se com comida de cachorro, bichos mortos e animais putrefados.
Em meu primeiro longo jejum, já não me alimentava de carnes a mais de 60 dias e no segundo dia de prática o cheiro de putrefado saia de minha pele e principalmente da boca. Uma pessoa omnivorista quando fica algumas horas sem se alimentar já começa a cheirar mal e mesmo escovando fortemente os dentes tende a não neutralizar o mau hálito. Outra curiosidade é que mesmo meses vegetariano ainda defecava carne vermelha que ficará presa em meu intestino. Diverticulite é o nome da doença de quem tem os intestinos entupidos. Dá para fazer amor com alguém assim? Pessoas enfezadas são assim. Cheias de fezes. Se você faz parte desse grupo alimentar, coloque muitas frutas na sua alimentação. 3a. – Macrobiótica
Compreende todos os tipos de vegetais (sobretudo cereais) e carne branca, como peixes e aves. Mas é necessário um cuidado especial com a alimentação macrobiótica radical, pois existem inúmeras controvérsias acerca de sua eficácia. O Tantra é de linha oposta a macrobiótica no que se diz respeito a muitas frutas que são proibidas na macro.
Obs: Existe ainda outra classe de alimentação muito próxima da macrobiótica que é quem come peixe e frango. Essa opção é preferível que o comer “carne vermelha” que além de mais tóxicas são responsáveis pela destruição de matas para criação de pastos. 4a. – Ovo-Lacto-Vegetarianismo
Elimina todas as carnes, mas aceita o consumo de outros derivados animais como o leite e os ovos, ao lado, é claro, dos vegetais.
 5a. – Lacto-Vegetarianismo

Tem os mesmos princípios do grupo anterior, mas não inclui ovos. 6a. – Vegetarianismo
Só se alimenta de vegetais, que podem ser cereais, verduras, legumes, frutas e, em alguns casos, até flores. Não existe o consumo de carne, leite ou ovo de espécie alguma. 7a. – Naturismo
Consumo exclusivo de alimentos crus e sem tempero, ou seja, em sua forma natural. 8a. – Frugivorismo
É a linha ideal para muitos praticantes, pois só se consome frutas, ou seja, alimentos vivos dotados de uma energia mais sutil e que podem, pelo plantio da semente, permanecer em seu ciclo reprodutivo. O livro “Medicina  Nutricional”,  de Mário Sanches,  fornece excelentes explicações acerca dessa corrente alimentar.
Upasana (Jejum)
Somente com orientação de um instrutor experiente de algumas escolas de yoga, Tantra E orientação médica, de toda forma não aconselho longos jejuns e muito menos os que se abstêm de água.
Quanto ao se alimentar de luz, aconselho muitíssimo esse método, mais somente aos que já morreram.
Faça mudanças graduais sem fanatismo, observando as mudanças de seu corpo e sempre consultando especialistas médicos ou nutricionistas.
“A pessoa que pratica o Tantra sem moderar a dieta é vítima de várias doenças. O tântrico deve comer arroz, cevada, feijão, castanha, frutas e outras coisas saudáveis. Comidas puras, doces e refrescantes devem ser ingeridas em quantidade correspondente à metade do estômago. Isto é chamado de moderação em dieta.”
(Gheranda Upanishad)
Magia das Frutas
Temos dois chakras que encontram-se abaixo da língua e no palato mole que tem o nome de Jiva – chakra que são estimulados pelo beijo e por frutas – é aqui ainda que homeopatas sugerem a colocação de remédios, os alopatas  remédios subilinguares e viciados à heroína.
Tenha o costume de se alimentar de frutas e ao mastiga-las, passe-as nos chakras da boca. Cada fruta tem um atributo mágico. As principais são:
Banana – o lingan, poder masculino.
Mamão – yoni, poder feminino.
Maça – representa também a yoni, além do conhecimento de si.
Morango – o coração, a capacidade de amar.
Caqui – Néctar da yoni. (lubrificante vaginal)
Uva – sêmen de Shiva. Estimula a sexualidade masculina.
Dicas Gerais
A alimentação pesada impede kundalini de fluir pelo corpo assim, mastigar muito bem os alimentos facilita a digestão e o fluir. Só não mastigue muito carne vermelha para não formar aquele “bolo” na boca de cadáver (se você fizer isso, nunca mais se alimentará de bichos).
As monodietas – alimentação durante um pequeno período, somente com uma fruta é recomendável: mamão, maça, uva, banana, abacaxi (ideal para desintoxicar).
No momento da prática do maithuna recomenda-se somente alimentar-se de frutas e proibe-se todas as carnes, açúcar, sal, tóxicos, fumos e alimentos artificiais.
O tantrico é conhecido por ter um corpo saudável, limpo e flexível.
Alimentos Estimulantes
Gengibre, guaraná, manjericão, salsa, alho (cuidado com o hálito), cardamomo, coentro, curry, açafrão, tahine, ginseng, catuaba, gergelim, alcaparra, canela, orégano, hortelã. Mostarda, oliva, pimenta, cravo, salsa, sálvia, anis, tomilho, café, chá e mel. Os legumes com formato que penetram na terra como cenoura, mandioca, tubérculos, estimulam Shakti e as raízes de Shiva.
Frutas Estimulantes
Amêndoa (pode ser utilizada também em massagens), abacate, banana, coco, tâmara, pêssego, morango, figo, maça, pêra, uva
Procurar sempre estar com o estomago e intestinos limpos, pois assim não estaremos num ato tão puro cheio de fezes internas.
“Das coisas materiais, o alimento é a principal, é o remédio para todas as doenças. E todas as coisas provem do alimento”.
Taittriya Upanishad
Água
Na época dravídica a água do esgoto era separada da água potável.
Em cidades “civilizadas” é comum a utilização de água tratada com substâncias químicas como o flúor. Em muitas cidades o que temos é urina e fezes (esgoto) tratados.
Água mineral é o ideal para o tantrico na temperatura ambiente e tomada com calma.
Os banhos de chuva são recomendados por textos tantricos assim como ao acordar, uma chuveirada alternando água fria e quente.
“A água alimenta e sustenta o espírito e também o corpo físico. A água é considerada o elemento mais importante, já que ela purifica e eleva o individuo do plano mundano para o transcendental. A água de montanha, água de fonte e água de chuva são altamente benéficas e são consideradas nobres pelos sábios”.
Garuda Purana
ADORAÇÃO – Puja
Adoração e respeito. Puja é uma doação energética ou material. No ato sexual é uma veneração do ser amado que pode ser realizada de forma material (Pañchapuja) presenteando com flores, frutas, jóias, perfumes, roupas, etc, e o manas puja que presenteia com amor, carinho, votos de felicidade e outros sentimentos.
No maithuna reserva-se um tempo especial para os pujas entre os praticantes (swabháva)
Falar “eu te amo” com intensidade, tocando o peito e olhando nos olhos da parceria é um exemplo de um auspicioso puja. A Shakti gera a vida, cuida, do seu seio sai alimento. Todo seu corpo é preparado para acolher a vida. Venere-a.
“O conhecedor da verdade deve sempre adorar o poder feminino, de acordo com a revelação dos Tantras. Deve-se adorar a mãe, a irmã, a filha, a esposa e todas as Shakties. Durante este tipo de adoração, deve haver contemplação da unidade essencial da sabedoria e meio, os princípios masculinos e femininos”.
Hevajra Tantra
Sobre a nudez feminina e a adoração de Shakti, Mircea Eliada escreveu:
“Toda Shakti nua encarna a Deusa. Portanto, a primeira etapa consiste em olha-la com a mesma admiração e o mesmo desprendimento que se sente ao considerar o insondável segredo da Natureza e sua capacidade ilimitada de criação. A nudez ritual da yoguini tem valor místico intrínseco. Se, diante da Shakti nua, não descobrirmos no mais profundo de nosso ser a mesma emoção aterradora que sentimos diante da revelação do Mistério cósmico, não haverá apenas um ato profano, com todas as conseqüências já conhecidas. A segunda etapa é a transformação da Shakti-prakrti em encarnação da Shakti: a companheira do rito torna-se uma deusa, assim como o yogin deve encarnar o deus.
LEELAS
Além de significar preliminares, Leela tem como significado diversão. Brincar, rir, jogos lúdicos e sedutores como um toque sensual, um olhar malicioso, um sorriso que cative, amarrar um dos parceiros, roupas sensuais, uma carícia ou um beijo num lugar certo, um conto erótico, dançar unidos ou elementos tradicionais tântricos como respirar juntos, entoação de mantram alegres, e claro, massagem tântrica, giro tântrico, etc.
Uma maneira tradicional de leela é o aguçar os cinco sentidos físicos.
Olfato: permita que o seu cheiro característico, sem perfumes seja percebido e reconhecido pela parceria, o perfume e o incenso são essenciais num segundo momento. Com a parceria de olhos fechados, peça que cheire perfumes diversos, flores, frutas e óleos. Permita um tempo para a olfação que está relacionada com o elemento terra.
Paladar: coloque na boca do ser amado, frutas, sucos, mel, vinho (pouquíssimo) ou algum licor. Estimule o elemento da água.
Audição: falar sussurrando no ouvido quais são suas vontades e o que você quer fazer com ela(e),perguntar onde gostaria de ser tocada(o).Sinos tibetanos, palavras de amor, musicas com sons da natureza e toda a variedade de sons melodiosos estimulam a audição e o elemento éter.
Visão: o olhar expressa o desejo,observe cada parte do corpo do parceiro(a),admirando cada parte, olhando os genitais, os seios, a barriga, pés, etc.,  isso é bastante excitante. Olhos nos olhos é uma técnica tantrica chamada Tratak. Também você poderá colocar na frente da parceira flores, frutas, conchas, mandalas, figuras eróticas, fotos inspiradoras, tudo isso estimula o elemento fogo.
Tato: estimule cada parte do corpo como quem desvenda o mistério da existência,toque com as mãos,dedos língua, nariz,lábios,sem pressa,de preferência com os olhos fechados para trabalhar melhor o sentido, isso toca o elemento ar.  Se explorem, brinquem com o corpo.
“Não existe nada neste universo que não esteja contido no corpo humano.. Tudo o que está aqui, está em toda parte; o que não está aqui, não está em nenhuma parte”.
Vishvasara Tantra
“Aqui mesmo (neste corpo) estão a rio Ganga, Prayaga e Varanasi, o sol e a lua (isto é, o masculino e o feminino) e os lugares sagrados…Não existe outro lugar de peregrinação nem morada de felicidade semelhando ao meu corpo. Em verdade, o yantra que é o próprio corpo é o melhor de todos os yantra”.
Gandharva Tantra.
No livro “O Que é Corpolatria (adorei o título, é bem tântrico) os autores, Wanderley Codo e Wilson Senne nos contam: “É hora, se já é tarde, de perseguir de maneira consciente, um corpo saudável. É hora, e já é tarde, de buscar o prazer, sem medo e a qualquer custo”.
Quando voltava de uma peregrinação ao Perú minha Shakti Krishna Priyah (Ju) me recebeu em meu refúgio com pétalas de rosas ao chão e uma indicação para que as seguisse, o que eu fiz, e ao final da trilha absolutamente linda, encantadora e perfumada ela fez uma dança hindú/árabe com véus sendo retirados 1 a 1 até os auspiciosos finais do ato de amor.
A dança é fundamental no Tantra que diz que a dançarina rejuvenesce a si e ao parceiro com sua dança. Diz o Hevajra Tantra: “se alguém dança, quando chega a alegria, que isso seja feito tendo como objetivo a iluminação”.
Dedique um tempo à prática dos Leelas. Todas as estatísticas contam que a maioria dos casais fazem sexo com menos de 5 minutos de preliminares. Isso certamente não é Tantra.
Texto do livro: Maithuna – Sexo Tantrico de Otávio Leal – Ed. Alfabeto

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